*Por LUIZ PANOSSO NETTO
A imigração italiana no Rio Grande do Sul completa 150 anos neste dia 20 de maio de 2025, uma jornada marcada pela busca de futuro e pela construção de uma identidade que moldou a história do Estado. Ao mesmo tempo, Frederico Westphalen celebra 70 anos de emancipação político-administrativa, destacando-se como um exemplo do impacto cultural, social e econômico dessa herança.
Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Rio Grande do Sul em 1875, instalando-se inicialmente na Serra Gaúcha e na região central. Vindos, principalmente, da Lombardia, Vêneto e Tirol, eles fugiam da pobreza na Europa em busca de melhores condições de vida no Brasil. Localidades como Caxias do Sul, então chamada "Campo dos Bugres", tornaram-se os primeiros pontos de concentração, seguidas por colônias que evoluíram para cidades como Garibaldi, Bento Gonçalves e Nova Roma.
Chegada na Vila Barril
A expansão das famílias italianas e os incentivos governamentais para colonização levaram esses imigrantes a se estabelecerem em outras regiões, incluindo o Médio Uruguai e as Missões. Foi nesse contexto que surgiram vilas como Mussolini (hoje Osvaldo Cruz) e Barril que, posteriormente, se tornaram Frederico Westphalen. Desde 1918, a região passou por um intenso desenvolvimento econômico e cultural, impulsionado pela dedicação das comunidades italianas.
O legado desses imigrantes é visível até hoje. Na cultura, destacam-se tradições culinárias, o uso do idioma talian entre os descendentes e o fortalecimento de hábitos como jogos de bocha e a prática da religião católica. Capelas foram erguidas nas vilas como centros de convivência espiritual e comunitária, consolidando valores que atravessaram gerações.
A criação do Caci
Em Frederico Westphalen, a influência italiana continua viva, simbolizada por instituições como o Centro de Arte e Cultura Italiana (Caci). Fundado em 1991, o Caci promove a preservação das tradições por meio de eventos, coral e a divulgação da culinária típica. Para 2025, estão previstas diversas comemorações em homenagem ao sesquicentenário da imigração italiana.
Essa história de luta e resiliência reflete-se no caráter do povo gaúcho, reconhecido como um dos mais italianos fora da Itália. Frederico Westphalen, com suas raízes fincadas nesse legado, celebra não apenas sua própria história, mas também a contribuição inestimável da etnia italiana na formação de sua identidade e prosperidade. Que esses aniversários sejam motivo de orgulho e inspiração para as gerações futuras!