“Falar do Carijo da Canção Gaúcha é abrir o coração. É trazer à tona memórias, sentimentos e raízes que nos ligam profundamente à nossa terra. O Carijo não é apenas um festival — é parte viva da história de Palmeira das Missões e da identidade de quem nasceu ou escolheu viver aqui. Desde muito jovem, acompanhei esse movimento cultural com emoção e orgulho. Lembro com carinho dos primeiros Carijos, quando meu pai era vice-prefeito, e eu já participava, inclusive, acampei no primeiro Carijo numa barraca de camping, vivia aquilo tudo com intensidade. E de lá pra cá, nunca deixei de estar presente. Porque o Carijo não se assiste, o Carijo se vive.
O Carijo é, sem dúvida, o maior evento da população palmeirense. É motivo de orgulho para todos nós. Ele não é apenas um festival de música — é um símbolo da nossa cultura, um braseiro sempre aceso que aquece a alma do nosso povo. Ver o Carijo ser reconhecido entre os maiores festivais de música tradicionalista do estado, do Brasil e até do mundo é uma honra que compartilhamos com alegria e com o peito cheio de gratidão.
Mas o Carijo só acontece porque existe uma comunidade inteira envolvida. São os artistas, os comerciantes, os patrocinadores, os acampados, os CTGs e piquetes, e cada pessoa que pisa no Parque de Exposições — todos são responsáveis por manter viva essa chama. É esse sentimento coletivo, essa paixão, que sustenta e faz crescer o festival ano após ano.
Enquanto administração municipal, temos buscado valorizar e ampliar ainda mais esse patrimônio cultural. Criamos novos espaços como a praça de alimentação, o Carijo Prosa e Verso e o Carijo Instrumental, além de promover edições como o Carijo em Casa, para manter acesa a chama mesmo nos momentos mais difíceis, como na pandemia ou no adiamento do festival por conta das enchentes do ano passado. Este ano, inovamos mais uma vez: antecipamos a abertura do Carijo para o domingo, com uma domingueira especial e uma nova energia para o início do evento.
Também estamos investido em melhorias no Parque de Exposições — mudanças pequenas, talvez, mas que fazem diferença e precisam ser valorizadas. O Carijinho, por exemplo, tem se tornado um espaço de descoberta para nossos pequenos artistas. Realizamos a fase local ao vivo, no palco do Centro Cultural, dando às crianças e suas famílias a chance de viverem a experiência de se apresentarem, mesmo que não avancem para a etapa seguinte. É um aprendizado que vai além da música: é sobre vencer a timidez, ganhar confiança e se sentir parte dessa tradição. Outro destaque é o Carijo em Dança, realizado com a parceria do MTG e a forte participação dos CTGs e piquetes locais. A dança tradicional, assim como a música, é uma das formas mais bonitas de manter viva a cultura gaúcha e envolver toda a comunidade.
O Carijo da Canção Gaúcha é feito de encontros, de vozes, de aplausos e silêncios que dizem tudo. É feito de amor à tradição, de raízes profundas e de um futuro que se renova a cada edição. Que o Carijo continue sendo o coração pulsante da nossa tradição, unindo gerações em torno da arte e do amor por Palmeira das Missões”.
Regis de Lima Lorenzoni
Vice-prefeito de Palmeira das Missões
