De um programa de rádio a um festival. Foi assim que a paixão pelo rock 'n' roll fez surgir o Na Mira do Rock em Frederico Westphalen, um evento que foi acompanhado por uma geração, demonstrando que algumas músicas e bandas são atemporais e que foram compartilhadas por artistas que vieram ao mundo para transformar palavras e sons em arte. Para muitos, ontem, hoje e amanhã é dia de rock e, por isso, a ideia é que o festival chegue a sua segunda década.
Luiz Carlos Nunes, o Fuga, comunicador de rádio e produtor executivo da Fuga Produções, foi o idealizador dessa história que segue para completar seus 20 anos. “A primeira vez seria uma festa para comemorar o primeiro ano no ar do programa Na Mira do Rock. Precisávamos de uma banda, então, falei com meu amigo Murilo, que estava voltando com a Snakes e nada melhor que unir a volta de uma banda querida na cidade e na região, com uma festa que prometia ser forte. E foi um sucesso”, conta.
A primeira edição foi em julho de 2005, na Boate do Clube Harmonia. Ao som da banda Snakes, rolaram clássicos do rock, como Rush, Led Zeppelin, e sucessos da época como Nightwish, Evanescence, S.O.A.D, entre outros. De uma edição puramente festiva, o Na Mira do Rock, em sua terceira edição, já teve outro conceito, o de fomentar o rock. “Foi para incentivar a galera a formar bandas, querer, tocar e prestigiar o rock e suas vertentes”, complementa Fuga.
De gente grande
Contando com atrações nacionais e internacionais, o evento evoluiu. O ápice foi a quinta edição, em 11 de julho de 2009, com a vinda do primeiro vocalista do Iron Maiden, Paul Di’Anno, que apresentou a programação. “A região Sul do Brasil apontou para FW e, com isso, ganhamos muita visibilidade na mídia nacional, em sites, jornais”, comenta.
O festival foi realizado por 10 anos consecutivos, entre 2005 e 2014, com retorno em 2017. “Depois paramos novamente e, quando iríamos retornar, veio a pandemia. Em 2023, voltamos para encerrar o ciclo Rio Grande do Sul. Foi um investimento bem ousado para a cidade, era o retorno, queríamos apostar, até porque o público sempre veio de vários lugares. Agora, a ideia é fazer em outros lugares”, adianta Fuga.
Promover eventos que saem do tradicional para uma região, nem sempre é fácil, mas um apaixonado pelo rock não se deixa abater por adversidades. “O amor move as pessoas e o rock é amor para mim e vários que sempre se envolveram para fazer acontecer. Se estivéssemos pensando somente em resultados financeiros não teríamos realizado tantas edições. Existem gêneros e subgêneros musicais que são parte das nossas vidas, nunca sairão de nossas mentes, ainda que mudem o formato para serem divulgadas”, avalia.
Vem livro por aí
Em 2024, Fuga e a filha Luiza Nunes, que é estudante de Jornalismo, vão lançar um livro que terá o objetivo de registrar vários momentos vividos, do rádio ao festival. “Estamos fazendo a captação de material para colocarmos no livro, que será um documentário do Na Mira do Rock. Para isso, os fãs do festival podem ajudar. Neste mês de setembro, quem tiver histórias legais sobre o evento pode compartilhar essa experiência, no e-mail namiradorock.olivro@gmail.com, pois alguns relatos serão selecionados para integrar a obra. “Em 2025 vamos fazer o primeiro festival fora de FW. Aguardem os próximos capítulos”, finaliza.