Estamos nos aproximando do final do mês de maio. Coisa rápida o tal do tempo, tá louco. Maio é um mês de duas coisas bem importantes: o Dia das Mães e o início da colheita da bergamota. Que fique claro, as mães com seis oceanos de diferença para a bergamota em termos de importância. Lembrando que existem apenas cinco oceanos.

As mães já foram devidamente homenageadas aqui, então é justo que hoje falemos da bergamota. Fui pesquisar sobre os benefícios da fruta e não são poucos: controle de diabetes, diminuição de triglicerídeos e colesterol, auxilia na perda de peso, ajuda a controlar a pressão alta e a melhorar o funcionamento do intestino, além de fortalecer o sistema imunológico. Que lista, hein? E ainda tem o bônus de melhorar o humor, benefício perfeito principalmente para os gremistas ultimamente.

Bergamota remete a ótimas lembranças da infância. Aquele saudosismo do inverno que vagarosamente se aproximava, deixando nossas tardes mais gostosas, com um sol convidativo para que pudéssemos “habitar” nos campinhos de beira de potreiro. E era ali que a magia acontecia, com os pés de bergamotas nos observando com carinho, quase que implorando para que falássemos com eles, para que tirássemos suas frutas e que assim nos esbaldássemos. Eles eram uns fofos.

Acredito que a gurizada de hoje não aproveite a simplicidade da vida como a gente aproveitava. Chegávamos em casa com as roupas quase que em “perda total”. Deve ser por causa de nós que até hoje não existe seguro para roupas, creio eu. E ainda quanto às bergamotas, a gente podia ficar uma hora esfregando as mãos no banho, mas o cheiro de suas cascas continuava ali, impregnado. Não sei você, mas para mim a melhor bergamota era aquela de mistura meio doce, meio azeda, uma combinação viciante que só de lembrar a gente já enche a boca de saliva.

Uma pena que no futebol de hoje a gente conviva muito mais com a acidez do que com a doçura. Começando pelo Grêmio: a fase anda tão pesada que nem mesmo bergamota ácida existe nos pés. Pelo lado vermelho até se colhe alguma bergamota doce, mas tudo indica que a acidez deverá predominar. O fato é que a tranquilidade colorada está se dando muito mais devido à crise no lado de lá do que propriamente por seus recentes resultados. E assim vamos indo.

Que bom se pudéssemos voltar às antigas tardes de maio, onde não ter compromisso, frequentar os campinhos e encher nossas barrigas de berga deixavam a gente com a felicidade colada no corpo e na alma. Às vezes éramos “contemplados” com uma dorzinha de barriga aqui e outra ali devido aos excessos, mas nada que se compare às dores de barriga do futebol atual.