O Ministério da Educação (MEC) está finalizando um projeto de lei que prevê a proibição do uso de celulares em escolas públicas e privadas do país. O uso de celulares nas escolas está sendo cada vez mais restringido no Brasil, tanto por iniciativa das próprias escolas quanto por regulamentações em alguns estados e municípios. Segundo Priscila Cruz, presidente-executiva do “Todos Pela Educação”: “É preciso colocar um limite firme e rigoroso, para que o aluno possa ter seu desenvolvimento cognitivo e seu aprendizado garantidos, além de preservar a convivência social e o desenvolvimento emocional. E é importante que esses protocolos sejam determinados pelos estados e municípios, inclusive, para dar suporte aos gestores escolares.”
Em nossa escola, neste ano, o uso foi proibido, mas mesmo assim, os alunos levam o aparelho para a escola e puxam automaticamente para "dar uma olhada". O celular nas escolas quando foi permitido, pode ser usado para acessar conteúdos diversos, incentivou o letramento digital, apoiou a formação leitora ao integrar aplicativos educativos como a plataforma “Árvore" que oferece várias vantagens para tornar a leitura mais divertida e engajar os alunos, permite também o acesso a uma variedade de livros.
Acontece que o uso sem restrições em casa, por parte dos alunos, acabou servindo para distração e desatenção durante a aula, prejudicando a concentração e o rendimento dos alunos em aula (há alunos que dormem na aula por passar a noite jogando). Eles estão se tornando dependentes digitais e o uso na escola é para jogar e apostar nas bets, no entretenimento. Segundo pesquisa da McAfee, os jovens brasileiros são os que mais usam aparelhos eletrônicos no mundo. A taxa de uso de smartphone por adolescentes e jovens brasileiros é de 96%, bem acima da média global.
Atualmente, tenho sido contra seu uso em sala de aula, pois nós professores não estamos conseguindo conscientizar o aluno do uso equilibrado e isso depende também da família. Sabemos que países como França, EUA, Itália, Espanha, Portugal, Holanda, Canadá, Suíça e México já adotaram políticas de restrições. Há um estudo publicado na revista científica Frontiers in Psychology, em 2017, relata que, os hábitos atuais de uso de celulares vêm demonstrando um impacto negativo e duradouro na capacidade dos indivíduos de pensar, lembrar, prestar atenção e regular as emoções. Estamos percebendo que os alunos não têm mais paciência nem para ler um texto, estão mais ansiosos, assim o celular está prejudicando nossas crianças, adolescentes e jovens em sua vida acadêmica.
Portanto, o uso de celulares no ambiente escolar leva os estudantes a muitos prejuízos, inclusive na diminuição da criatividade. Segundo o PISA, mais da metade dos alunos brasileiros têm baixo nível de criatividade, nosso país está entre os últimos de ranking internacional. Por outro lado, comparado com os outros países do mundo, o Brasil é sem dúvida um dos maiores consumidores de mídias sociais e um dos países com maior tempo passado na internet e nas redes sociais. Com esses dados concluímos o quanto esse cenário precisa ser modificado para o bem de nossa sociedade. Pensemos nisso!