Há poucos dias, chocou a nós todos o grave acidente ocorrido com um ônibus, que bateu num caminhão, carregando inúmeros alunos de Iraí, vindo a falecer a professora. Vários estudantes ficaram feridos e até o momento que escrevo, três em estado grave. Imaginem a angústia dos pais, tomando conhecimento da notícia e sabendo que um filho seu estava também na excursão dos alunos. E logo a gente começa a fantasiar as possíveis causas: excesso de velocidade, ultrapassagem indevida, pneu furado, motorista pegou no sono... O que preocupa no momento é tão somente saber se meu filho está vivo e está bem.
ACIDENTES ocorrem em toda a parte, a qualquer hora, comigo ou com outrem. A maioria é inevitável. Todavia, muitos não teriam acontecido se providências tivessem sido tomadas com antecedência. Algumas dependem de nós; outras são estruturais, ou como agora é moda falar, a culpa é do sistema. Pretendo arrolar algumas estatísticas, extraídas do Google, para apreciação do preocupado leitor:
No ano de 2022 o Brasil foi campeão MUNDIAL em acidentes fatais no trânsito, com a abominável cifra de 40 mil vítimas. É mais do que toda a população de Frederico Westphalen. Somente a rodovia federal 116 foi responsável por 821 óbitos. E, segundo dados colhidos pelos institutos, esta média cresce 9% cada ano. E não digo fatal, mas é difícil encontrar alguém possuidor de automóvel que possa afirmar que nunca teve um acidente, mesmo de pequena monta.
Tento agora responder à pergunta do texto: qual a causa? Respeitando as respostas de cada um, enveredo por um ramal, já escancarado por mim, no Alto Uruguai: a ferrovia. O leitor há de concordar que se o transporte fosse feito por trem, a porcentagem de acidentes seria infinitamente menor. Para efeito de comparação, o transporte de carga nos EUA é 61% feito por ferrovias. No Brasil, não chega a 20%. E atentem para a malha ferroviária: enquanto os americanos dispõem de 250 mil Km de ferrovias, nós dispomos apenas de míseros 30 mil. Precisa falar mais? E na semana passada, CP estampa a manchete: “Malha ferroviária gaúcha entrará em leilão em 2026”.
Algum Covatti da vida ou outro deputado federal abriu a boca sobre o assunto? A COP 30 do Lula condenou os combustíveis fósseis, com aplaudido barulho. Quer dizer que são contra a gasolina, o automóvel, o caminhão. Falaram em adotar o trem? Ou sugerem que voltemos a andar a pé, como Pedro Álvares Cabral? Se assim for, ao menos, os acidentes se reduziriam a zero!!! Não deixaria de ser uma vantagem...