Neste domingo, a Palavra de Deus nos é dirigida buscando fazer-nos entender a missão profética recebida no dia de nosso Batismo e que devemos exercer a cada dia, em cada situação de nossa vida. Somos chamados a ser profetas, ou seja, chamados e enviados por Deus a levar a todos a Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O profetismo cristão nasce no Coração de um Deus amoroso, que deseja que a todos chegue a Mensagem da Salvação.
Na 1ª Leitura (Amós 7,12-15) escutamos um dos princípios basilares do profetismo, na história do Povo de Israel: o profeta não é um funcionário, não exerce uma “profissão” a serviço de alguém. Portanto, não fala e nem anuncia com a intenção de agradar seja lá quem for. O verdadeiro profeta é um enviado de Deus que recebe um encargo muitas vezes por nada agradável, já que tem a missão árdua de trazer de novo aqueles que se desviaram do caminho de Deus à fidelidade. Em geral, aquele que pronuncia a Palavra de Deus com a finalidade de corrigir, de trazer quem está dela desviado ao caminho reto, conhece os dissabores da incompreensão e da perseguição.
Na 2ª Leitura deste Domingo (Efésios 1,3-14), o Apóstolo São Paulo nos oferece um hino, possivelmente usado na liturgia da Igreja primitiva. Este hino nos apresenta a ação redentora de um Deus que nos oferece seu Filho, ação esta efetuada pela ação do Espírito Santo.
Deus nos escolheu e nos predestinou a sermos seus filhos, chamados à comunhão com Ele, ao amor e à santidade. Como filhos de Deus, fomos privilegiados, recebendo dele a redenção, o conhecimento de Deus e a herança eterna, no céu.
O hino é concluído apresentando a universalidade da salvação. Não existe mais um povo ou uma raça privilegiada, como no Antigo Testamento, para ter acesso à Salvação oferecida por Jesus Cristo. Todos são chamados para a comunhão com Deus Pai, em Jesus Cristo, no Espírito Santo.
O Evangelho (Marcos 6,7-13) nos apresenta Jesus que, mesmo sendo rejeitado pelos seus, continua a exercer sua Missão apostólica.
Nosso Senhor preocupa-se em preparar seus discípulos para a Missão. São oferecidas algumas instruções, que antes de mais nada, denotam um espírito que os deve animar: apresentar-se pobremente, sem seguranças humanas; contentar-se com aquilo que lhes será dado para a sobrevivência; não usarem de prepotência no anúncio do Evangelho, mas pregarem a liberdade buscando resposta livre. E também, contarem com o fracasso, por meio da possibilidade da recusa dos ouvintes.
Como cristãos missionários, somos convidados a pregar a Boa Nova de salvação a todos, rezando sempre para encontrarmos corações bem-dispostos, que acolham com generosidade a Mensagem de Jesus.
Em cada celebração da Santíssima Eucaristia, recebemos o alimento celeste que nos torna profetas audazes e corajosos, capazes de enfrentar qualquer dificuldade no anúncio do Evangelho.