Em uma empresa familiar no meio rural, o controle está centralizado nas mãos de uma mesma família e é transmitido de forma hereditária. Isso significa que, quando se ausentam os avós, ficam os pais, que passam o bastão para os filhos, que devem assumir a responsabilidade de conduzir os negócios da família. Porém, isso normalmente é feito após a morte, o que torna o processo oneroso e dificultoso.
Em meio ao desafio de reter jovens em um campo cada vez mais envelhecido, o papel da família no processo de sucessão é o que acaba determinando a decisão dos filhos de deixarem o meio rural ou darem continuidade aos negócios da família. Embora o cenário externo exerça influência, como rentabilidade da atividade e quantidade de terra, é o ambiente interno que conduzirá ou não os herdeiros para a continuidade do negócio.
As cooperativas têm feito um trabalho extraordinário nos últimos anos para reverter o êxodo e manter os jovens no campo. De acordo com o último censo do (IBGE), atualizado por estimativa em 2018, o êxodo rural caiu 10% em relação à década anterior. Mesmo com esta diminuição significativa, de 2000 para 2010, foram mais de dois milhões de pessoas deixando os campos em busca de novas oportunidades nas áreas urbanas. Os índices não são muito animadores, pois o material aponta que apenas 1/3 dos negócios chegam à segunda geração e uma porcentagem mínima de 5% chega à terceira.
Mas o que fazer para que a sucessão familiar na agricultura seja viável? Uma das grandes saídas está na formação dos filhos, com foco no retorno ao campo. Por isso, atualmente muitos agricultores estão investindo nos estudos dos seus filhos para as universidades longe dos campos, mas com o intuito deles voltarem e darem continuidade nos negócios. Com isso, o número de pessoas da zona rural com mais de 12 anos de estudo triplicou em apenas uma década. Desta maneira, conseguem continuar no campo e vislumbrar salários melhores, dando continuidade e melhorando o que receberam de posses dos seus pais.
Neste sentido, é muito importante o planejamento da sucessão. Pensar antes na continuidade do trabalho por meio dos próprios sucessores. Ela deve ser pensada e discutida no núcleo familiar com muito tempo de antecedência, para evitar desentendimentos e conflitos nas famílias.
Até a próxima!