Bitucas ou Guimbas de cigarros: descarte incorreto
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quarta, 10 de julho de 2024

A Organização Mundial da Saúde estima que 12,3 bilhões de bitucas de cigarro, também chamadas de guimbas, são lançadas na natureza todos os dias. Bitucas ou guimbas, co-mo são chamadas, consistem no resíduo remanescente após o cigarro ser utilizado, e são compostas pelo filtro, o que sobrou do tabaco que não foi queimado e resquícios de sua queima, podendo causar vários problemas para o meio ambiente, seja devido a poluição provocada pela fumaça ou pelos descartes inadequados na natureza (BARBOZA; SÁ, 2022).
As bitucas de cigarros são classificadas como microlixos, e, pesando em torno de 0,4 gramas, acabam não sendo recolhidas durante a limpeza pública e a coleta de resíduo convencional. A maior parte da população acredita que não irá fazer diferença se o mi-crolixo, como tampa de garrafa, papel de bala, guimbas de cigarro, embalagens peque-nas, cacos de vidro, entre outros, for jogado na natureza (Becker et al., 2013).
Embora não existam muitas pesquisas referente a toxicidade das bitucas, é comprovada a gravidade que elas causam ao meio ambiente, uma vez que estudos demonstram que quando os metais pesados das guimbas entram em contato com a água eles são capazes de chegar aos lençóis freáticos. Liu et al., (2020) relata que uma guimba de cigarro pode contaminar aproximadamente 1000 litros de água, visto que sua lixiviação pode perdurar até 10 anos. Piccoli, Souza e Toccetto (2018) ressaltam que “as bitucas são rejeitos, sen-do assim, na ausência de alternativa mais sustentável, devem ser encaminhadas para ater-ro sanitário [...]”.

Artigo Departamento de Engenharia e Tecnologia Ambiental, UFSM/FW: profª. Drª. Juliana Scapin e profª. Drª. Eliane Pereira dos Santos.

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