O naufrágio do Titanic e os corais de igreja
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segunda, 24 de junho de 2024

No dia 15 de abril de 1.912 o maior navio do mundo partia de Southampton, Inglaterra, rumo a Nova York. Levava no seu bojo 2.208 passageiros, embora sua capacidade fosse para 3.547 pessoas. Seus potentes motores queimavam por dia 610 toneladas de carvão. Media 269 metros de comprimento, 28 de largura e 53 de altura, o que dá uma ideia da grandiosidade do Titanic. Seguia viagem em velocidade alta, apesar dos seis avisos de navios que alertavam sobre a presença de icebergs. Mas o gigantesco transatlântico ignorou as advertências, pois pretendia chegar aos portos, no horário estabelecido, já que a pontualidade britânica é uma marca dos ingleses. A estrutura do navio dava total segurança. Comentaram “que nem Deus poderia afundar tal embarcação”. Esqueceram que Deus é Pai, mas não é palhaço!
Pela meia-noite, o Titanic bateu num iceberg, ocasionando a maior catástrofe naval de que se tem notícia. Excesso de velocidade ocasiona acidentes não apenas em rodovias. Muitos se lançaram à água mortalmente fria, à temperatura de -2°C, e perdendo a vida 1.496 pessoas. O Titanic afundou 3.795 metros, chegando ao leito do mar com tal violência que se enterrou 15 metros. Alguns passageiros se salvaram utilizando os 20 botes salva-vidas disponíveis, quando o exigido seriam 68, pois o navio era considerado infalivelmente confiável. Fato inusitado, assim falam, o maestro do coral iniciou o “Nearer, my God, to Thee” (Mais perto do meu Deus, ó Pai do Céu) canto hoje entoado em muitas missas fúnebres. Estes heroicos músicos se afogaram, chegando não ao porto de Nova York, mas ao porto seguro da Eternidade.
Viro a página. Com prazer e admiração, presto minha modesta homenagem a todos os corais de igreja, desde a catedral até a capelinha anônima do Interior, que louvam a Deus durante as liturgias. Geralmente anônimos, certamente sem salário, gastando tempo para ensaios, lá estão eles pontualmente, tão presentes quanto o celebrante. E hão de concordar. Há muita gente nestes corais com dotes vocais de gênio, que fariam sucesso e dinheiro na televisão, já que a mídia paparica o cantor talentoso. 
Abro um parêntesis para lembrar que centenas de famosas gargantas se apresentam no rádio e na tevê, ganhando fortunas, gravando milhares de discos e abocanhando troféus incontáveis. Ninguém, quando nasce, escolhe a família, o local, o sexo, o corpo, a inteligência, a beleza e muito menos as cordas vocais. Tudo o que se recebe, fomos aquinhoados por Deus. Somente um que outro agradece, retribuindo o dom. Já imaginaram, quão impactante seria, numa missa dominical, saber-se que o Famoso Cantor X iria abrilhantar o culto do Senhor? Todavia, tristemente, a maioria destes privilegiados, usam os talentos apenas para engordar o saldo bancário. 
Quem canta, reza duas vezes, diz o ditado. Desde os primórdios, lê-se que o povo louvava a Deus, com cítaras, harpas, flautas, bandolins e cantava alto e bom som. Felizmente, em todas as localidades, artísticos ou não muito qualificados, numerosos ou em quantidade reduzida, afinados ou meio desafinados, corais prestam sua homenagem ao Criador. Estes e os cantores do Titanic estão “mais perto de Deus”. E não é proibido pensar que a gente poderia ter nascido SURDO, ou pior ainda MUDO, sem poder falar, nem cantar. Obrigado Deus. Ele está no comando sempre!
 

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