A cerejeira japonesa, conhecida cientificamente por Prunus campanulata, é uma árvore ornamental, de beleza singular. Da família da Rosaceae, de origem asiática e com forte influência japonesa, as cerejeiras japonesas são símbolos no Japão.
Também conhecida como cerejeira-ornamental, cerejeira branca ou Sakura, esta árvore é de grande destaque quando se apresenta sozinha, isolada. Mas, em conjunto com outras, da mesma espécie, em um pequeno bosque ou em alamedas, são muito agradáveis aos olhos.
É na primavera, com o nascer das flores, que um dos mais belos e coloridos espetáculos da natureza ocorre no Japão. Associada à alegria e ao clima de renovação, a estação marca o início do Hanami, também conhecido como florada das cerejeiras. A curiosidade é que esta árvore passa por transformação no decorrer do ano. Suas folhas mudam de cor a cada estação.
A cerejeira se tornou símbolo de amor, felicidade, renovação e esperança, embora apenas nos presenteie com a beleza de suas flores uma vez ao ano e por um breve período. Assim, a flor de cerejeira se tornou um ícone da apreciação da vida, de harmonia, contemplação e quietude, convidando a todos a refletir sobre a efemeridade da vida e a necessidade de aproveitá-la intensamente no presente.
Recentemente, plantei três cerejeiras japonesas em frente à minha casa, e ao observar suas transformações, me inspirei para escrever esta coluna. Observei o quanto a árvore estava linda, com folhas vistosas e fazendo uma bela sombra. Aos poucos, tudo foi se transformando, as folhas foram escurecendo, secando, caindo. E aos poucos as folhas secas foram dando lugar a belas flores. E estas em seguida darão lugar a novas folhas novamente, e o ciclo continua...
Mas o que tudo isso pode nos ensinar? Qual a moral da história? Podemos aprender que a renovação é salutar e nos faz bem. Muitas vezes, estamos acomodados e satisfeitos em determinadas zonas de conforto. Cabe a nós realizarmos uma autoavaliação constantemente e transformarmos nossas belas e vistosas “folhas” em lindas e magníficas “flores”. Precisamos aprender que a vida, em alguns momentos, requer desapego, nos desprendermos daquilo que nos faz mal, das inquietações e das angústias.
Só que isso nem sempre é fácil. Às vezes, nossa vida está igual à cerejeira japonesa, fazendo uma agradável sombra, mas é necessário que os galhos secos surjam, para depois virem as flores, ou seja, o sucesso e a felicidade, tão esperados.
Abraço fraterno e bom fim de semana!