A lista de prioridades do Governo Estadual para acelerar o desenvolvimento do Estado foca na manutenção das contas públicas, na modernização da máquina, em ações de desburocratização e na evolução de índices econômicos, de saúde, segurança e de educação. Essas medidas são caras e reconhecidas, tanto pelo setor produtivo como pela população, como medidas de manutenção e crescimento, dentro de uma mesma tendência.
Entretanto, as pesquisas quantitativas e qualitativas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião sistematizaram as “dores” e expectativas da opinião pública quando o tema é desenvolvimento econômico do RS. No começo da entrevista, a resposta está na ponta da língua: a população acredita que o desenvolvimento virá através da ampliação de empregos e o setor produtivo aposta na diminuição da carga tributária e desoneração da folha de pagamento.
O aprofundamento do debate, em grupos de discussão, mostra que todos compartilham da mesma perspectiva: o desenvolvimento deve passar pelo crescimento das cidades. Se as cidades crescem, o Estado se desenvolve!
Diante desta lógica, os entrevistados foram construindo uma jornada necessária para que o desenvolvimento ocorra de forma harmônica, respeitando e valorizando a força de cada região.
O primeiro passo é tornar o Estado um agente de fomento, um indutor do crescimento tecnológico, da inovação e da transformação digital, fornecendo inteligência estratégica regionalizada e rede de relacionamento. Por este ponto de vista, o Estado deveria ampliar sua presença em cada localidade, facilitando a co-criação de um mapa estratégico de desenvolvimento que conecte as várias regiões para potencializar primeiramente o mercado interno gaúcho.
Nessa lógica, é preciso detectar e potencializar as vocações regionais, incentivando e ampliando a produção local, colocando os municípios como protagonistas do desenvolvimento. Para que isso ocorra, é necessária uma análise de contexto dos ecossistemas para compressão dos territórios, construção de indicadores e uma metodologia de engajamento às políticas públicas municipais, estaduais e federais.
Cada realidade tem oportunidades adormecidas, por isso indicam que é importante apostar na construção de cadeias produtivas em cada região, articulando todos os insumos básicos que podem agregar valor ao produto final, permitindo que a renda gerada seja melhor distribuída para a região, com mais empregos e melhores salários.
Tornar a cidade mais confiante, com ações de interação e cooperação entre as pessoas, mapeando e estabelecendo políticas públicas de qualificação e treinamento para a população mais vulnerável, capacitando-a para um novo arranjo produtivo local.
Os entrevistados reconhecem o associativismo como uma alavanca de crescimento local e regional, que se conecta com as premissas do povo gaúcho e valoriza o ideário de que “juntos somos mais fortes”.
Uma política de Desenvolvimento Econômico Local exige um planejamento integrado entre os diversos atores estaduais e municipais e boa vontade dos políticos.