A Solenidade que hoje comemoramos tem origens muito antigas. Há notícias de que já no séc. IV era celebrada em Roma. A comemoração acontecia através da celebração de três Missas: uma na Basílica Vaticana, outra na Igreja de São Paulo “fora dos muros” e a outra nas Catacumbas de São Sebastião, onde provavelmente os corpos dos dois Apóstolos ficaram por algum tempo escondidos, na época das perseguições.
São Pedro, tem o seu nome mudado por Jesus, de Simão para “Pedra”. Também Nosso Senhor o escolhe para ser aquele que tem como missão principal a de confirmar a fé dos demais irmãos.
É uma das primeiras testemunhas da Ressurreição do Senhor, constatando o túmulo vazio e merecendo de Jesus uma atenção muito particular nas aparições pós pascais.
Nos inícios da Igreja, dirige a Comunidade cristã primitiva, sendo também o primeiro a entender a necessidade de levar a Boa Nova de Jesus a todas as nações.
Indo para Roma, na época o coração de todo o mundo, Pedro instala-se na cidade eterna como apóstolo universal, “pedra angular” deste edifício que é a Igreja de Cristo. Oferece a Deus o supremo sacrifício de sua vida, sendo martirizado em Roma. Segundo antiga e segura tradição, foi crucificado no ano 64, a seu pedido de cabeça para baixo, por se sentir indigno de dar o testemunho da fé da mesma forma que o seu Redentor.
São Paulo, chamado de “Apóstolo das gentes” é um judeu convertido diretamente através de uma aparição extraordinária de Nosso Senhor.
Foi um incansável evangelizador, percorrendo milhares de quilômetros, evangelizando judeus e pagãos por onde passava e deixando a semente de autênticas e valorosas comunidades cristãs. Preso e encarcerado, São Paulo sofreu o martírio por decapitação, pois era cidadão romano, no ano 69.
Estes dois Apóstolos do Senhor representam toda a Igreja e a sua mais antiga Tradição.
Nesta Solenidade, na qual comemoramos o “Dia do Papa”, a Igreja inteira celebra estes dois baluartes da fé. Na Antífona da Entrada da Missa de hoje, recitamos “Eis os santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam o cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”. As leituras bíblicas desta Solenidade retratam a importância da vida e do testemunho desses dois baluartes da fé.
Na 1ª Leitura (Atos 12,1-11) vemos como, frente à prisão de Pedro, a Igreja reunida pede ao Senhor por sua libertação. A oração dos cristãos obtém de Deus a libertação milagrosa do Apóstolo, que sai do cárcere conduzido por um anjo.
Na 2ª Leitura (2 Timóteo 4,6-8.17-18) encontramos o conhecido “testamento” de Paulo, que oferece algumas recomendações a Timóteo e expressa seus sentimentos, no final de sua vida. Na alma de Paulo não existem ressentimentos, vitimismo ou revolta. Está tranquilo, consciente de ter combatido o bom combate da fé: ou seja, ter feito tudo o que era possível para espalhar pelo mundo a Boa Nova de Jesus.
No Evangelho (Mateus 16,13-19) nos são apresentadas, de um lado, a “confissão” de Pedro (Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo) e a promessa do chamado “primado” que Jesus oferece ao Apóstolo.
Destes Apóstolos aprendemos que para nós, a maior alegria consiste em levar aos irmãos o Evangelho do Senhor, oferecendo a Ele a nossa vida, o nosso existir. A Eucaristia que recebemos na Santa Missa, nos fortalece no testemunho de cristãos no meio do mundo.