O poder de Jesus diante da morte
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terça, 29 de junho de 2021

O ser humano, diante da morte, encontra-se em uma situação de perplexidade. De um lado, sente o anseio da eternidade, de nunca morrer, de permanecer para sempre em sua identidade. Por outro lado, vê a vida esvair-se: os dias vão seguindo seu inexorável rumo, a realidade vai-se impondo cada vez mais decisiva. Há um fim para os dias aqui na terra. Assim como existe um primeiro dia de vida, há também a dura e crua verdade de um último e definitivo dia. 
Hoje, foge-se desta verdade de muitas formas. Há aqueles que se rebelam e que desejariam nunca morrer. Há aqueles que enfrentam este crucial problema com um fleumático desprezo de tudo o que possa levar a pensar nesta realidade. Alguns acreditam resolver esta questão, seja outorgando-se o direito de decidir quando será o seu último dia (suicídio), seja por meio da delegação a outros de decidirem seu fim (eutanásia). Naturalmente, a referência não se dá nos casos de suicídios a partir de desequilíbrios emocionais ou mentais. Trata-se do conceito pós-moderno da chamada “morte suave”, que revela um espírito de serenidade racional desprovida da crença na vida eterna. 
Mesmo para o homem que tem fé, a morte parece constituir-se em um absurdo, uma derrota da criação. Deus teria criado o ser humano para o falimento da morte? 
A Palavra de Deus, neste Domingo, vem nos responder a estes questionamentos existenciais, que tanto nos afligem e amedrontam. A 1ª Leitura (Sabedoria 1,13-15;2,23-24) nos faz saber que Deus nos criou para a vida, para a imortalidade. A morte, fruto do pecado, não teve a sua origem em Deus. Sempre quando o Senhor intervém na história humana, é para fazer vencer a vida. Ele é lento no castigo e oferece tempo para o arrependimento. Frente ao mal presente na pessoa e na história, Deus responde sempre com a compaixão e o perdão.
O Salmo Responsorial (Salmo 29), exalta o Senhor que livrou e preservou a vida de seus filhos da morte. São Paulo, na 2ª Leitura deste Domingo (2ª Coríntios 8,7.9.13-15) apresenta um autêntico tratado sobre a esmola e as disposições íntimas que devem acompanhá-las. Segundo o Apóstolo, a esmola é um debruçar-se sobre os mais pobres, fazendo de quem a oferece um imitador de Cristo, que veio ao encontro de nossa pobreza. Também, a esmola faz acontecer aquela capacidade de sentir a necessidade do irmão, e ajudá-lo a reerguer-se de sua fragilidade. A esmola produz o efeito de criar uma “igualdade”. Mas o Apóstolo não se refere a uma simples igualdade material. O cristão que dá esmola ajuda alguém, e recebe algo, na linha da comunhão da caridade, que é um enriquecimento espiritual. Por isso, quanto mais generoso se for, maior é o crescimento no amor.
O Evangelho deste Domingo (Marcos 5,21-43) nos apresenta o fato de que a mulher curada não tinha mais nenhuma esperança humana. Tinham-se esgotado todos os recursos possíveis. E a filha de Jairo já estava morta, quando Jesus chegou. São Marcos nos apresenta Jesus vencedor do mal e da morte. Com grande poder cura a mulher enferma e ressuscita a filha de Jairo. Ele é o verdadeiro Salvador. E a salvação é a vitória definitiva sobre o mal, o pecado e a morte. Do ser humano, o que se exige é a fé incondicional na pessoa de Jesus. 


 

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