Podemos nos perguntar o porquê de estarmos vivendo desde fevereiro de 2020 – quando o Brasil identificou a primeira contaminação pelo novo coronavírus – a terrível doença da Covid-19, que já causou em nosso país a morte de mais de 484 mil vítimas.
Para entendermos um pouco devemos buscar na história as várias epidemias que o mundo já enfrentou. Na Bíblia, em Levítico 26,25, está escrito: “Mandarei contra vocês a espada vingadora da minha aliança. E quando vocês se refugiarem em suas cidades, eu mandarei a peste, e vocês terão de se entregar aos inimigos”.
Sendo cristão prefiro acreditar que Deus não quer castigar a humanidade, e os surtos são causadas por diversos fatores. No ano de 590, a praga romana foi uma epidemia de “peste bubônica”, causada por uma bactéria que vive em animais, especialmente os roedores, mais especificamente nas pulgas que eles carregam em seus pelos.
No século XIV, foi a vez da “peste negra”, que se deflagrou na Europa em 1348. Os principais agentes transmissores da doença foram – mais uma vez – os ratos e as pulgas, que se proliferavam em razão das condições precárias de higiene.
Em 1665, aconteceu a “Grande Peste de Londres”, que foi a última epidemia de peste bubônica na Inglaterra, durando por 18 meses. Novamente transmitida por um rato (chamado de vetor).
A gripe espanhola foi uma pandemia que acontece entre 1918 e 1919, não se sabe o local de origem, suspeita-se que pode ter sido na China, no Reino Unido ou nos Estados Unidos, deixando um saldo de, no mínimo, 50 milhões de mortos. Uma pergunta que ouvimos seguidamente: podemos aprender uma lição com a pandemia? Antes de responder devemos respeitar a dor de tantas famílias que perderam seus entes queridos. Nenhum especialista arriscou um palpite, mas, muitos entendem que este acontecimento veio escancarar ainda mais a terrível injusta distribuição de renda que existe no Brasil e no mundo.
Algumas pessoas – pouquíssimas – falando em tédio ou depressão por ter que “ficar em casa”, a vasta maioria sem ter um teto para se abrigar, sem condições de se alimentar com dignidade, sem saneamento básico, sem condições de comprar sabão, álcool em gel e máscaras. Se a população, em sua grande maioria, já estivesse vacinada, e em condições de “se cuidar”, esta tragédia poderia ter sido infinitamente menor.
Segundo Oded Grajew, da Oxfam Brasil, aqui os 5% mais ricos concentram em mãos 95% de renda nacional e 10% possuem 74% das riquezas. Segundo a revista Forbes, oito pessoas têm patrimônio equivalente a 3,6 bilhões da população mundial, ou seja 50% dos 7,2 bilhões. Não é possível continuar assim.