Na semana passada, em um grupo de WhatsApp do qual faço parte, um professor perguntou: “Vocês já conhecem o ChatGPT, que escreve textos e até poemas utilizando a inteligência artificial?” Outro respondeu: “Os alunos da universidade já estão usando”. Vários links foram postados para que todos pudessem se inteirar do assunto e confesso, eu não conhecia esta ferramenta.
O ChatGPT foi lançado no fim de novembro de 2022 e vai fazer parte dos aplicativos que a gente já usa no dia a dia e que virou febre na internet. É um robô virtual que faz interações com seres humanos e foi desenvolvido pela OpenAI, o robô funciona como uma espécie de Alexa, só que em texto: o usuário faz uma pergunta e o ChatGPT responde dentro de alguns segundos. 
A ferramenta já foi usada para escrever redações, ensaios, artigos, letras de música, resumos de trabalhos de pesquisa que até enganaram alguns cientistas. A nova inteligência artificial está levantando questões importantes para educadores e pesquisadores ao redor do mundo sobre fraude em geral e plágio. 
Quanto a esse aplicativo, já foi proibido em algumas escolas públicas nas cidades de Nova York e Seattle, nos Estados Unidos. Também, várias universidades norte-americanas anunciaram planos para que os alunos façam menos tarefas em casa e mais trabalho com atividades de escrita em sala de aula. Inicia-se um debate sobre o papel da inteligência artificial nas escolas, universidades e no mundo do trabalho.
Li um artigo de Marco Neves, consultor em Educação Digital e Inteligência Artificial na Educação, que faz a seguinte reflexão que resumirei: em cada ciclo escolar está implícito ou explícito, a carga e desenvolvimento cognitivo dos alunos necessário para o desenvolvimento de aprendizagens, que são suportadas na aquisição e melhoramento de determinadas competências. Para que tal aconteça é necessário que determinadas funções cognitivas sejam reforçadas, trabalhadas e melhoradas. É neste particular que importa muita atenção e bom senso quando se considera a integração de ferramentas assistidas por IA na Educação.
O ChatGPT deve ser tratado como aliado da educação, segundo afirmam alguns especialistas, mas a pergunta que fica é: o perfil do professor hoje está adequado a essa nova realidade? É importante atentar para a formação inicial e continuada dos professores. Sabemos que toda a tecnologia oferece riscos, se mal utilizada, é preciso criar regras de uso e isso se faz com educação e investimentos em estudos e pesquisas, só assim poderemos garantir um futuro melhor.