Que não nos falte esperança
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segunda, 21 de junho de 2021

A esperança é o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja. A esperança traz consigo a ideia de crença, de confiança em algo positivo. Também pode estar associada a um sonho ou a uma expectativa. 
A esperança necessita de perseverança, de uma persistência em acreditar que as coisas podem melhorar, mesmo quando a tendência é negativa. Em certo sentido, a esperança anda de mãos dadas com a fé e com o amor e não se dá bem com a frustração. 
A frustração desmotiva e diminui a capacidade do indivíduo perseverar, de continuar lutando por aquilo que acredita. A frustração pode vir acompanhada de um sentimento de incapacidade, diante de obstáculos difíceis de serem superados. É, por essência, um desmotivador que tenta dizer para o indivíduo que ele deve desistir.
Faço esse pequeno resgate desses dois estados emocionais para demonstrar o sentimento dicotômico que motiva a maior parte da população.
As pesquisas de opinião realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião indicam que o eleitor está vivendo esses dois estados emocionais durante essa pandemia, sendo que a frustração tem ocupado a maior atenção da sociedade, pois está presente no cotidiano de cada família.
A pandemia tem dificultado a viabilidade de muitos projetos pessoais, começando pela questão econômica e financeira. Muitos negócios e empregos foram perdidos, muitas pessoas estão com dificuldade de manter o seu empreendimento e outras tantas percebem as dificuldades de se conseguir uma vaga de emprego. 
Quando o tema é crescimento cognitivo e intelectual, a educação também tem sido uma preocupação constante da população. Seja pela dúvida em relação à qualidade das aulas remotas (as lacunas que ficarão) ou pelo receio do impacto que a falta de socialização irá causar no desenvolvimento emocional das crianças e adolescentes. A grande pergunta é sobre o impacto geracional do isolamento social: como serão esses cidadãos?
Se a entrevista é com alguém que está com um tratamento de saúde represado (exames, consultas especializadas, cirurgias eletivas...) a frustração divide espaço com o medo e a indignação. Os entrevistados relatam a precarização de um sistema que já não respondia no ritmo desejado. Agendas são realizadas levando em consideração a fila de pacientes que precisam de atendimento, sem considerar que esse tempo de agenda pode agravar o quadro ou até ser mortal. É comum encontrarmos casos de famílias que receberam uma ligação para a realização de um procedimento de saúde após a morte de seu ente querido.
A frustração também ocupa o espaço das famílias com poder econômico. Muitos reclamam das viagens que não conseguiram fazer, das festas de casamento, debutantes ou aniversários que deixaram de realizar e dos momentos históricos que perderam. Cada um tem a sua dor!
Até aqui relatei a dicotomia vivida pelas pessoas em algumas de suas lutas pessoais, tentando superar a frustração e se apoiar na esperança, na crença de que irá melhorar. 
Agora, a frustração se mostra mais ativa quando essas pessoas são instigadas a opinar sobre as instituições, sobre os políticos e as eleições. A maioria da população se mostra cansada, exausta, sem perspectiva e com muita desesperança. A maior indignação é com o aumento do jeitinho brasileiro, da corrupção, dos conchavos políticos e da gestão da pandemia. 
Mas, como o brasileiro não desiste nunca, está sempre tentando encontrar um caminho, algo ou alguém em quem acreditar. 
 

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