Até como inspiração em marchinhas de Carnaval, a lua era celebrada pelos apaixonados. O Sol sempre foi considerado o astro-rei, dominador, senhor do espaço celeste. As estrelas fixas, imóveis, brilhando se as nuvens permitiam, estariam em prece ou mudas, e como falava o poeta “ouvir estrelas?” – difícil entender sua conversa. Mas a Lua, com seus disfarces, ora de cara nova, ora escondendo-se parcialmente, ou surgindo em sua plenitude, como mulher vaidosa, sensual, personificava a volúpia dos amantes. Se a meteorologia não decepcionar, no dia 24 deste, a lua cheia se mostrará nos céus. Não percam a oportunidade de admirá-la.
Há décadas, quando ainda não se conhecia a luz elétrica, as noites de lua cheia eram quase que como um dia. Os antigos se lembram, aproveitava-se o tempo para visitar os vizinhos (o filó italiano), auxiliados por um lampião a querosene, ou com as lanternas a pilha. Sem os prédios iluminados de hoje, podia-se viver os versos do poeta: “E a Lua nasce por detrás da verde mata, mais parece um sol de prata, prateando a escuridão”. Os povoados todos eram cercados de floresta verde que realçavam o surgimento prateado do “sol” da noite.
No imortal filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, obra prima da cinematografia nacional, numa cena ouve-se a canção: “Lua bonita, se tu não fosses casada, eu pegava uma escada para ir no céu para te beijar. Se colasse o teu frio com meu calor, pedia a Nosso Senhor pra contigo me casar. Lua bonita me dás aborrecimento, com São Jorge num jumento, pisando teu clarão. Por que casaste com um homem tão sisudo, que come dorme e faz tudo dentro do teu coração?”. Hoje, o homem emendou o dia com a noite, é uma azáfama doida, não se para, não se dorme, e... nem se tem mais tempo para ver a Lua cheia.
E vejam que a lua é apenas um grãozinho neste Universo, criado por Deus. Nem luz própria possui, que lhe é repassada pela Terra, que também não tem luz própria, mas que é o Centro do Orbe, a única nesga no mundo em que há vida, onde mora o Homo Sapiens. E Deus se preocupou com este solitário ser, embora tivesse criado a imensidão do universo. E ainda veio aqui nascer, morar e morrer... (numa cruz). E o restante aí está, movendo-se, girando, com luz própria que há bilhões de anos não se esgota, sem precisar de energia atômica, hídrica, solar ou térmica.
A Dra. Rebecca Smethurst, astrofísica da Universidade de Oxford, estudando os dados do Telescópio Hubble, calculou que haveria no universo 100 trilhões de galáxias, com 100 sextilhões de estrelas (100.000.000.000.000.000.000.000). O professor conseguiria escrever o número no quadro-negro? E o mais maravilhoso é que cada uma destas estrelas se move dentro do seu espaço, numa rotação incrível e que, se apenas uma se desviasse de sua rota, todo o universo desabaria. E quem as criou, e quem as sustenta? Só um louco responderia que aí estão “por acaso”. Não existe no mundo um cientista ateu, porque a inteligência os obriga a apelar para a existência de um Ser onipotente, eterno, perfeito – DEUS. E este Ser deixou toda a sua obra de lado, para se dedicar a um só destes astros, a Terra, e dentro dela, a um só ser – VOCÊ. Pense nisto, ao contemplar a LUA cheia.