Vai ter festa junina virtual?
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segunda, 21 de junho de 2021

Ora, ora... Que pergunta é essa para uma coluna de junho. Principalmente quem é pai e mãe, vai lembrar que nesta temporada do ano as escolas estavam em ritmo acelerado de suas festas. Muito mais que trazer um resultado financeiro, a cultura junina era um ato social, comemorativo, religioso e de muitos encontros. No Sul, muito mais tímida, as festas juninas eram endereçadas a alguns clubes ou escolas. No Nordeste, praticamente um mês de comemoração, com comunidades inteiras que reorganizavam suas atividades para viver “a festa”, com shows nacionais, semanas comemorativas e todo um entorno de negócios, alimentação, vestes e musicalidade tomavam o cenário festivo.
Em evidência à pandemia, estamos mais um ano ceifados desses momentos. Muito mais tímidos, os cultos à religiosidade foram se redesenhando e ocupando o seu lugar no calendário, porém, o encontro da “festa” e seus artefatos não necessariamente ocorrem. Há algumas situações que o virtual não substitui. Isso é fato.
Há muitos anos, estudo as tecnologias digitais como suporte ao ensino e a partir delas tenho lido, pesquisado, dialogado e implementado uma série de situações que envolvem o virtual no real. Porém, lhes digo, há muito real no virtual e por vezes, o virtual no real, cumpre por vezes o seu papel.
O que na verdade quero lhes dizer é que para muitos processos o virtual é necessário, mais do que necessário, a exemplo das soluções em rede que hoje temos, dos sistemas operacionais nas empresas, na big data, na evolução veloz e sistêmica de geração de dados e de eficiência nos processos de gestão. Em uma aula conectada, com proposições claras e precisas, com total atenção de seus usuários e com foco na discussão conceitual.
Porém, não há como fazer aquela festa junina no virtual. Não tem a aula prática, tem a simulação, tem o “pode ser assim”, mas na realidade, o olho no olho, o caráter humano e insubstituível não acontece no virtual.
O que pode acontecer é literalmente a união desses dois mundos: o real e o virtual podem andar juntos, como a máxima da solução que podemos trazer para enfrentar os novos tempos. O que temos chamado de híbrido, de sistêmico, de complexidade é o que se anuncia de uma nova proposição das relações.
Já aprendemos muito nesta pandemia e o retorno a uma “nova normalidade” imprime em nós um conceito de híbrido que é um aprendizado natural do que podemos fazer em cada um dos dois mundos e tirar-lhes dele o que materializa nosso ser e estar neste espaço, que pode ser tanto físico como virtual. E está tudo bem.
Então, é arrumar a casa com as bandeirolas, fazer quentão e pipoca, e numa festa íntima, dizer a São João que não deixamos sua data passar em branco. E, certamente, essa festa não será só sua, porque quando você enviar para o seu primeiro grupo na rede social ela já saiu do real e passou a ser virtual.
 

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