Santo Antônio, nascido em 15 de agosto de 1195, em Lisboa, de nome Fernando, era filho do abastado casal Martim de Bulhões e Teresa Taveira. Entre os Santos, desponta como um dos maiores taumaturgos, por isso, e por falar português, é invocado à beça, e muitos pais dão aos filhos o nome de Antônio. Alguns milagres:
A MULA DEVOTA – Em Rimini, havia um ateu que não acreditava na presença de Cristo na Eucaristia e desafiou Santo Antônio: “Se o meu animal adorasse o Corpo de Cristo, eu acreditarei. No domingo trarei aqui a mula, e deixá-la-ei dois dias sem comer. Então lhe apresentarei um feixe de feno e tu, Antônio, apresentarás a Hóstia. Veremos qual a atitude do animal”. Aceito o pacto. No dia marcado, com a praça repleta de curiosos, o ateu apareceu com a faminta mula e Antônio com a Sagrada Hóstia dentro do ostensório. Surpreendentemente, a mula dobrou os joelhos e só se levantou sob a ordem de Santo Antônio.
AS RÃS SILENCIARAM – Próximo ao convento, havia um charco, onde as rãs coaxavam estridentes. O ruído distraía os monges que foram se queixar a Santo Antônio. Este, com autoridade, impôs silêncio aos animais. Até hoje, as rãs daquele pântano permanecem mudas, pois Antônio morreu sem retirar-lhes a proibição.
PAI CIUMENTO – Em Ferrara, quando nasceu o primogênito, o pai colocava dúvidas sobre a paternidade do filho, causando consternação à mãe. Foi ela se queixar a Santo Antônio que tomou o menino nos braços e procurou o pai. Ordenou à criança recém-nascida que, em nome de Jesus, dissesse quem era o verdadeiro pai. “Aquele aí é meu pai” – falou o inocente. Então Antônio entregou a criança ao pai, com as palavras: “Pega teu filho, homem ciumento, e aprende a respeitar tua esposa”.
A MORTE DO AVARENTO – Em Florença morreu um cidadão rico, mas muito avarento. Convocaram Antônio para pregar nas exéquias. Durante o sermão, embasou-se na frase bíblica “onde está teu tesouro, aí está teu coração”. E diante do féretro apostrofou: “O cadáver do homem está aí dentro do caixão. Mas o seu coração descansa no cofre”. Após as cerimônias, os parentes foram à casa do defunto, abriram o cofre e sobre um montão de moedas palpitava um coração!
SERMÃO AOS PEIXES – Na cidade de Rimini, passaram em vão vários pregadores ilustres. O povo não lhes dava ouvidos. Convidado a pregar, Antônio, ao invés de ir à igreja, dirigiu-se à foz do rio: “Ouvi, vós peixes do mar, a voz de Deus, porque os infiéis se esquivam de ouvi-la”. Imediatamente, uma multidão de cabecinhas de peixes apontou à flor da água, fixando no pregador seus olhos curiosos. E todos em ordem, ficando mais próximos os pequenos, enquanto os de maior porte se mantinham mais ao longe.
COMIDA ENVENENADA – Um grupo de hereges convidou Antônio para um jantar. Ofereceram-lhe um prato envenenado, com as palavras: “Está escrito na Bíblia que, aos que têm fé, o veneno não lhes fará mal algum”. Antônio, sem discussão, traça sobre o prato o sinal da Cruz e tranquilamente, sob o olhar pasmado de todos, vai saboreando a comida. Tal gesto operou a conversão daqueles infiéis hereges.