Nos tempos antigos não existiam os meios químicos para o incremento do crescimento da produção agrícola. Quase tudo era confiado à fecundidade do solo e ao humor das estações, que seguiam os ritmos estabelecidos pela natureza.
No Evangelho deste Domingo (Marcos 4,26-34) Nosso Senhor se debruça em descrever a Parábola do misterioso crescimento de cada semente: este crescimento acontece sem a intervenção do homem. Depois de colocar a semente na terra, ele pode dormir ou vigiar. A semente crescerá de qualquer forma.
Aí está a chave de compreensão destas Parábolas de Jesus: Ele quer nos ensinar que o Reino de Deus é obra de Deus e não dos homens. Não será nunca resultado de ações políticas, econômicas ou sociais. Nas parábolas há uma clara demonstração de como a ação de Deus é decisiva e definitiva para a implantação de Seu Reino, neste mundo e na alma de cada um daqueles que creem.
Na 1a Leitura (Ezequiel 17,22-24) nos conta como Deus anuncia a restauração do Reino de Israel. Usa para este anúncio a imagem de um agricultor que planta um galho. É uma alegoria que nos ajuda a compreender a fidelidade e o cuidado de Deus para com Seu povo.
São Paulo, na 2a Leitura (2 Coríntios 5,6-10) nos ensina que a recompensa final que Deus promete a seus filhos. Por isso, segundo o Apóstolo, vale a pena passar a vida presente projetando-a para a glória do céu, ou seja, viver a partir da fé e das boas obras. Esta deve ser a nossa preocupação para quando nos apresentarmos perante o tribunal de Cristo. É preciso viver de forma responsável esta vida, dispostos a ser uma terra boa na qual a semente do Reino de Deus possa crescer.
Jesus, o semeador da Palavra sempre consegue atingir o objetivo para o qual foi enviado a este mundo, que é o de instaurar entre nós o Reino de Deus. Se olharmos o mundo de hoje, talvez pudéssemos duvidar da eficácia desse crescimento da semente do Reino de Deus. Mas ele acontece, já que este crescimento é obra de Deus e não dos homens além de não ser um crescimento visível, mensurável com parâmetros humanos.
Não podemos jamais duvidar deste crescimento, ainda que no mundo de hoje os sinais de morte apareçam com tanta força. Como cristãos somos portadores desta força vital que nos anima e nos faz ser anunciadores da esperança.
Temos a certeza da fé que nos faz saber que Jesus é o Reino de Deus entre nós. E que este Reino, qual uma semente, foi lançada sobre a terra, e está sempre em processo de crescimento, até o momento definitivo no qual aparecerá visivelmente e se dará a conhecer a toda a humanidade.
Cada vez que participamos da Sagrada Eucaristia, nós renovamos nossa confiança neste Reino definitivo. E, de certa forma, com a nossa vida de fé comprometida, antecipamos já neste mundo a chegada deste Reino em sua plenitude.