Todo mundo sofre
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sexta, 04 de março de 2022

Como o futebol faz a gente sofrer, credo. Eu sofria muito por futebol e havia prometido parar com isso. E confesso que estava indo muito bem nessa promessa. Até que veio o União Frederiquense e acabei tendo que pedir perdão a Deus pela promessa que desceu pelo ralo.
Já comentei aqui: no futebol a gente mais sofre do que é feliz. Não tem como ser diferente, já que não é toda hora que se levanta caneco ou se conquista vaga para competição importante. Pode fazer a tua conta: até hoje tu mais sofreste do que te realizaste pelo futebol.
E todo mundo sofre. Diretor, treinador, torcedor, o cara da barraca do espetinho... Todo mundo. Ninguém é mais (e nem menos) do que ninguém neste quesito. A briga é apenas com o seu “eu” interior, pois cada um sabe e sente a sua intensidade de sofrimento.
Eu sofri quando o Zico perdeu aquele pênalti contra a França em 86, sofri quando a Itália desfilou montada em uma zebra em 82, sofri nos tantos e tantos Gre-Nais, sofri até mesmo com o meu Piratini de Rodeio Bonito. E veio o União Frederiquense...
Que fique bem claro: não estou criticando direção, jogador, treinador, longe disso. Falo de sofrer pela causa, pelo escudo, pelas coisas que sempre são tão difíceis. Mas, sejamos honestos, se fôssemos querer facilidade a gente torceria pelo basquete dos Estados Unidos. O que seria muito sem graça, diga-se de passagem.
O fato é que sem sofrimento não tem graça. E gostamos disso, confessemos. Porque sofrimento e futebol são casados e se amam tanto que jamais irão se separar. Portanto, cabe a nós sermos os padrinhos e aceitar essa cumplicidade de nossos compadres.
Faltam dois jogos. Seis pontos. Duas batalhas pesadíssimas. E a gente vai sofrer, ganhando ou perdendo. Porque é assim, sempre vai ser. A parte boa é que, no final, o nosso amigo do espetinho vai estar sempre lá, fiel, nos esperando.


JOGO RÁPIDO

- Das últimas cinco Divisão de Acesso (fora a última), somente Caxias, São Luiz, Aimoré e Ypiranga subiram e ficaram. Isso que o São Luiz se beneficiou da pandemia, senão teria bailado, também. Glória, Esportivo, Pelotas e Avenida desceram. Ou seja, 50% de “sobreviventes”. Não é fácil permanecer lá.

- Como são poucos times no Gauchão, sobra mais concorrentes no Acesso. Basta ver a próxima competição: Pelotas, Esportivo, Glória, Veranópolis, Lajeadense, Avenida, Passo Fundo... Quase metade dos 16 candidatos são favoritos. E só sobem dois. O União, por exemplo, demorou sete anos para regressar. Não é toda hora que se consegue subir, também.

- É hora de todo mundo ir para a Arena. O momento precisa ser de apoio incondicional. Depois a gente vê o resto. Força, União!


 

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