Estamos vivendo tempos turbulentos. A gente aguardava um 2022 melhor, e eis que desgraças são vislumbradas no horizonte. A Covid-19 que parecia agonizar, surge violenta, travestida de um contágio preocupante, agora sob a roupagem de Ômicron. Uns dizem que é menos letal. Outros apontam estatísticas provando que está morrendo mais gente. Na verdade, as informações se chocam, entram em contradição. Médicos há que apostam tudo na vacina das crianças. Outros afirmam que seus filhos não se vacinarão. Neste turbilhão de notícias, nós – o povo simples – temos de caminhar, temos de determinar um rumo. Não podemos ficar parados na encruzilhada. Nada melhor que seguir o provérbio latino “In medio stat virtus” (a virtude está no equilíbrio). Particularmente, sou totalmente favorável às vacinas, embora duvidando de sua infalibilidade.
Milhares perderam a vida. Milhões foram infectados. As famílias que não tiveram algum familiar atingido vivem em sobressalto. “Sinto dorzinha de garganta... Tenho tosse... Acho que estou com febre... Vou fazer o teste... Dará positivo... O marido pegou, será que a esposa também... E os filhos... E os colegas de trabalho...”. Uma angústia se apoderou da população. E aqueles que não podem se afastar da profissão? Como deve agir o padre, o médico, a manicure, o cabeleireiro, o bancário, o profissional da saúde, do posto, da farmácia, do hospital? Eu, que procuro o recurso, vejo o meu lado; mas aquele que está na outra ponta?!...
Além da Covid, as nuvens desapareceram e fomos presenteados com a estiagem. São Pedro deve ter saído de férias e esqueceu as torneiras do firmamento abertas em algumas regiões e fechadas em outras. Nós amargamos uma seca histórica. Especialmente o agricultor chora a perda da safra, da lavoura, da produção. Seria o fruto do ano inteiro. Ele não dispõe de um salário mensal. Os rios secando, a água minguando, e inclemência do calorão castigando. TODOS estamos sofrendo. Uns mais, outros menos, outros até não resistiram! Já não mais se encontram entre nós.
Observa-se que algumas pessoas parecem estar alheias à funesta realidade. Neste momento, temos de abdicar de certos confortos, de certas regalias, de certos privilégios e até de certos direitos. Não é hora de exigir. Temos de ser complacentes, flexíveis, pacientes, compreensivos. Amanhã, as coisas melhorarão. O mal não é permanente. Deus é Pai, e não vai permitir desgraça eterna.
Vale lembrar que um dia compareceremos diante do Justo e implacável Juiz. E aí não teremos nem direito a advogado. Nossa sentença serão nossas obras. E o código do julgamento aponta para o seguinte critério: “Com o metro com que medirdes, sereis medidos” (Mt 7, 2 – Mc 4, 24 – Lc 6,28). Portanto, meu irmão, cautela, muita calma. Não queira reclamar demais os seus direitos!