Você tem medo de morrer?
**Os textos de colunistas aqui publicados são de sua total responsabilidade e não refletem a opinião do jornal O Alto Uruguai.
sexta, 04 de junho de 2021

Penso que a maioria tem medo da morte. Eu também. Está inato no ser humano o apego à vida. Deus nos criou assim. Uma maneira velada de nos proteger. O direito à vida é um dos mais sagrados. Contudo, apesar de quantos cuidados tenhamos, ninguém escapará da foiçada da morte. São Francisco de Assis denominou a morte irmã. São Paulo escreveu que para ele morrer é lucro. Para o restante da humanidade a morte é uma angústia. Ainda mais, se for por obra da Covid 19, que proíbe velório, despedida, missa. Nem os familiares podem dar adeus. É doloroso!
Como comportar-se para evitar cairmos na arapuca do coronavírus? O essencial é observar os chamados protocolos. Isto é obrigação com o próprio umbigo e com os demais irmãos da sociedade. Se alguém contrair o vírus por desobedecer aos alertas das autoridades, com toda a certeza, terá de prestar contas a São Pedro. Agora, se um cidadão vier a ser intubado por razões fora do seu controle, paciência. Seria, como no futebol, um gol contra. Acontece, e como. No mesmo círculo familiar, a vovó idosa, de bengala, que vive tossindo e fuma, escapa. E o jovem, esfuziante de saúde, cai nas garras do vírus. 
Nos dois casos acima, a gente tem de entregar nas mãos de Deus. Ele é pai e sabe o que é melhor para seus filhos. Por acaso, a gente não reza todos os dias o Pai Nosso? E a gente não fala “seja feita a vossa vontade”? Notem bem, é a Vossa vontade e não a Nossa. Ora, nós que acreditamos em Deus, sabemos que Ele não nos consultou para nos botar no mundo; também não nos consulta para nos tirar do mundo. Ele, e tão somente Ele, é o proprietário da nossa existência. Agora, se algum leitor é ateu, aconselha-se a procurar um bom psicólogo, que lhe dê sentido à vida. Porque depois que Cristo ressurgiu do sepulcro, vencendo a morte, Ele nos trouxe a garantia que a vida continua depois que nos depositam em uma cova do cemitério. TODOS havemos de ressuscitar. A morte não é a morada final, é a porta que nos encaminha para a Eternidade. “Se Cristo não ressuscitou, a Religião é uma palhaçada” (1Cor 15, 32).
E para também eu meter a colher neste assunto de pandemia, ouso imaginar que, após estes dois meses de junho e julho, as nuvens negras da depressão e do desespero irão se desfazer e deixarão brilhar o sol com seus raios de esperança e alegria. Óbvio que ainda teremos hospitais lotados, pois é próprio destes dois meses hibernais jogar pacientes nos leitos do nosocômio. Sempre foi assim. Temos evidências que apontam esta direção. Já há países flexibilizando os protocolos e alguns até admitem estádios com arquibancadas parciais. Mesmo no Brasil, com a vacina imunizando significativa parcela da população, o otimismo logo irá substituir a máscara pelo sorriso. Irá esmorecendo a pessimista mídia do pânico terrorista-catastrófico. E para encerrar, apelo para esta quadra do poeta:  

                        Não desanimes nesta longa espera
                        Não deixes nunca de sorrir.
                        Após o inverno, vem a Primavera
                        E os galhos secos hão de reflorir!
 

Fonte: