O eleitor mostra mais preocupação do que intenção
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segunda, 13 de dezembro de 2021

Fim do ano chegando e novamente a lista de desejos se faz presente, renovando pedidos e metas não concretizadas. Na lista...? O de sempre, pois poucos ousam sair da rotina, e lá se repetem ensejos de emagrecer, dar um up no visual, trocar a mobília, aquecer o relacionamento ou trocar e começar outro – no frescor que tudo que é novo oferece –, viajar ou se mudar de vez, e mais tantas coisas tão comuns a todos nós que talvez fosse o caso de pedirmos juntos para ver se se realizam. Pedidos iguais por razões diferentes. Ainda: pedidos iguais que, na sua grande maioria visam competir e não somar, pois é raridade alguém vibrar com o novo corte de cabelo da amiga, tampouco com a promoção no emprego do amigo. Vivemos em uma selva cujo maior perigo é o próprio homem! Triste, mas verdadeiro. O bicho homem mata sem precisar comer como os demais predadores. Aliás, diz que “mata por amor”, assim como também mata por inveja, ciúmes, poder e outras frustrações não resolvidas que culminam em abater o objeto de sua cupidez. E há várias maneiras de matar alguém sem necessariamente se chegar às vias de fato. 
-    São as mortes por asfixia que calam o direito do outro de existir e se expressar.
-    São as mortes por negligência às necessidades alheias, as movidas puramente por falta de afeto ou as por intolerância ao que é diferente à nossa realidade.
-    São as mortes por cobiça, inveja e poder, oriundas do fracasso em competir.
O que sei, é que falta rapport... do francês, “rapporter” de trazer de volta, aqui utilizado na concepção psicológica de buscar concordância e harmonia nos relacionamentos, de sentir que há interesse no que está sendo dito.  Sem dúvida esse seria um ótimo presente a ser dado e recebido pois “Rapport é a capacidade de entrar no mundo de alguém, fazê-lo sentir que você o entende e que vocês têm um forte laço em comum. É a capacidade de ir totalmente do seu mapa do mundo para o mapa do mundo dele. É a essência da comunicação bem-sucedida.” – Anthony Robbins. Demasias a parte como ter “um forte laço em comum”, é possível praticar a empatia sincera e até se sentir confortável com a crítica ou discordância alheia, desde que o rapport seja natural e não forjado com o intuito de ganhar vantagem, coisa fácil de se distinguir. Exemplos: você está entre amigos e a comunicação é fluída, mesmo que por vezes as ideias sejam divergentes, pois estão receptivos e relaxados da crítica maldosa que costuma vir de pessoas fora dessa atmosfera de rapport. Esse é o rapport natural, também percebido entre crianças brincando, casais em sincronia ou na parceria no ambiente de trabalho. O oposto, surge como técnica de manipulação, no vácuo da carência alheia em ser escutado ou ser aceito ou ainda como forma de ganhar/vender algo como a célebre frase da vendedora na loja de roupas, dizendo que você está maravilhosa na calça que insiste em não fechar. Falta rapport...e sincero, pois “Qualquer um pode ter empatia com o sofrimento de um amigo. É simpatizar com o sucesso dele que exige uma natureza delicada” (Oscar Wilde).

Bons Ventos! Namastê.
 

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