A pandemia nos ensinou, nos testou e nos castigou das mais variadas formas.
Desde o começo da pandemia, as equipes do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião se mantiveram no front, ouvindo as vozes da sociedade através das pesquisas de opinião e de mercado.
As pesquisas mostravam que os entrevistados, a contragosto, chegaram no estágio de aceitar o termo “novo normal”. Esse “novo normal” era constituído pelas medidas não farmacológicas (de proteção pessoal, como uso mascara e álcool gel e de distanciamento social), mas principalmente, pelo isolamento social e pelas medidas restritivas à liberdade individual e econômica, que decretavam até lockdown.
O avanço da vacinação está trazendo o sentimento de libertação, de superação, que alimenta a esperança por dias melhores. As pessoas creem que “o pior já passou”, a maioria afirma que é só manter os cuidados com as medidas de proteção pessoal para reconquistar a normalidade.
Agora imagine você sendo entrevistado e explicando a sua expectativa com o fim da pandemia? É uma resposta que mistura a racionalidade e a emoção. Inclusive, percebemos que a emoção se mostrou mais intensa, conforme os impactos e o nível de stress vivido durante a pandemia.
A expectativa com o fim da pandemia sinaliza para a tão esperada normalidade, que é um conceito que depende da realidade de cada um.
Verificou-se que, quanto maior foi o isolamento social da família, maior é o desejo pelo resgate gradual da normalidade e esse conceito traz consigo muitas “retomadas”.
Para a maioria, a expectativa da normalidade está associada à volta ao convívio social com a família e os amigos. Voltar a ser normal o abraço, o beijinho e o aperto de mão. Voltar a não saber se o protocolo de comprimento é com um, dois ou três beijinhos.
Conforme o entrevistado vai pensando no resgate do convívio social, o desejo passa a ser pelos momentos festivos, pela integração. Comemorar a vida com a festa de aniversário, comemorar a união com a festa de casamento ou a conquista de um degrau na escada do conhecimento, com a festa de formatura.
Em seguida aparece o grande tema, a necessidade de voltarmos a ter todos os estudantes na escola. A “muvuca” da sala de aula, com todas as suas características e sentimentos que são naturais a uma coletividade.
Mas, para 1/3 o vital é retomar ao trabalho. A retomada econômica é a palavra da moda e que está associada ao anseio de normalidade. Fugir do novo normal é saber que se pode trabalhar com as portas do comércio abertas. É saber que o home office é uma escolha de vida e não uma imposição do Governo.
O desejo pela normalidade se mistura com a vontade de trabalhar, de voltar a crescer, de prosperar. Uns estão pedindo emprego, outros estão tentando empreender, outros ainda procuram a reinvenção e todos mostram muita disposição para vencer.
O sonho com a normalidade é o que motiva e inspira a sociedade nesse momento. O sonho de hoje é voltar às práticas e aos problemas de antes da pandemia. Se a tela da vida fosse a tela do computador, os entrevistados gostariam de apertar a tecla “restaurar”.