Como você percebe as coisas ao seu redor?
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quarta, 15 de setembro de 2021

O modo de ver as coisas afeta diretamente a percepção e, portanto, o conceito particular sobre tudo o que rodeia cada um de nós. Por isso antes de alterar alguma situação da vida pessoal, profissional, ou ainda da empresa, da cidade ou do país, é preciso refletir melhor sobre o entendimento individual a respeito. Muitas vezes é possível obter melhores resultados ao agir sobre a percepção a respeito de determinada situação, do que mudar, reformar, comprar, reestruturar. 
Quando se olha para o que se tem, o que é positivo no ambiente que se vive, é possível perceber que há muita coisa boa e positiva. Quando se olha para o que não se tem, o que falta, fica-se com sensação de que falta muito e o tempo todo. Ao dar muito mais atenção ao que se consegue, nos resultados positivos, mesmo que pequenos, a tendência é a maior satisfação com o que se vive e se faz, enquanto que os que dão mais atenção ao que não tem e ao que não conseguem, o muito ainda não é o suficiente. 
Gostar do que se tem, não significa acomodar-se na situação atual, mas estruturar-se para evoluir, desenvolver e poder criar mais coisas boas na vida. Trata-se de aprender a valorizar o que se tem, o que foi conseguido até então, ao invés de desejar o que não se tem. Friedrich Nietzsche, consagrado filósofo e escritor alemão lembrava que “Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo!”. Quem tem pouco e valoriza este pouco, está mesmo que inconscientemente se preparando para ser e ter muito mais. Quem não se dá conta disso, vive em diferentes escalas, a situação de lamentar e dar valor ao que tem ou tinha, após perder.
Esta mensagem é um convite a avaliar melhor como cada um percebe os diferentes momentos da vida e o que se conseguiu até o momento. Um homem do campo, que gosta da sua pequena propriedade a ponto de percebê-la como seu império, é o oposto daquele milionário que não fica satisfeito com o que possui, entendendo seu império como se fosse uma pequena propriedade onde lhe falta muito. Fernando Pessoa lembra que “não possuímos mais que as nossas próprias sensações”. Temos do mundo, da vida, dos outros, do que está ao nosso redor, o que percebemos deles. Vamos levar desta vida, somente as sensações vividas e por isso é preciso valorizar o que de melhor se consegue, para que ainda possamos viver mais.
Estamos falando de felicidade! O modo como cada pessoa se vê e percebe tudo ao seu redor impacta diretamente no sentimento de felicidade. Thomas Hardy escreveu “A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso do que temos”. Acrescento que o mesmo conceito pode ser levado para cada casa, cada equipe de trabalho, negócios e instituições. O sucesso depende mais do bom uso que se faz dos talentos que cada um possui. Um pequeno negócio, bem planejado, bem gerido, bem cuidado, por uma pequena equipe bem treinada e que ama o que faz, pode gerar muito mais e melhores resultados do que uma grande estrutura, com uma equipe numerosa que não tiver propósito e sem compromisso.
A beleza, os valores e a natureza de uma pessoa podem ser observados a partir do modo como ela vê o mundo. Pode-se cultivar este modo de ver e perceber a vida e o que está ao redor estimulando-o com a família, colegas de trabalho, de voluntariado e amigos. Num ambiente em se dá mais atenção para as coisas ruins, se reclama mais do que se elogia, as energias do que é bom vão se esvaindo e o que era uma visão negativa vai se concretizando. Por outro lado, num meio em que mais gente valoriza o que têm, valoriza as coisas ao seu redor, é sempre mais evidente a prosperidade, passando muito mais tranquilos pelas intempéries invitáveis do ambiente externo.
Desejando uma melhoria de percepção a todos, um abraço e até a próxima!
 

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