Cada dia mais, as atividades políticas necessitam de instrumentos eficazes para dialogar com a sociedade. Esse instrumento que conhecemos é chamado como administração pública, esta que garante a conexão e estabilidade do sistema político, com o bem-estar e a harmonia social. Assim, a atividade administrativa não pode ser tratada separadamente dos alinhamentos e objetivos políticos propostos pelos seus atuais gestores. Hoje, enfrentamos um cenário global muito complexo, principalmente, na área política administrativa, nestes últimos 20 anos, aconteceram enormes e profundas transformações, isso impactou muito as estruturas das organizações, desde seu modelo de funcionamento, da aplicabilidade das políticas, até a sua de legitimidade. Quando falamos em administração pública, as transformações que acontecem no dia a dia da sociedade, reflete fortemente nas atividades sociais, muito disso por estarmos fazendo parte de uma sociedade dinâmica e democrática, bem como as instituições que às compõem, onde se refletem todo esse movimento.
Todas as mudanças econômicas, sociais e culturais, vividas nas últimas décadas, bem como o processo de modernização das estruturas e suas funções nas organizações públicas, aconteceram ao natural, sem precedentes. Quando falamos em modernização, precisamos salientar a diferença do “modernizar” em relação ao “reformar”, pois são situações distintas e diferentes, um processo de melhoria da atividade pública que passa, em termos, pela eficiência, eficácia, efetividade e economicidade, a fim de simplificar a burocracia, melhorar os canais de comunicação, proporcionar a participação e a informação do cidadão e aumentar a transparência institucional, isso corresponde a melhorias. Já a modernização das Administrações Públicas, é muito mais complexa e tem como principal foco o cumprimento dos propósitos sociais coletivos, da responsabilidade estatal para atender as demandas da sociedade e prestar serviços públicos mais qualificados, engloba processos complexos e longos ciclos, que precisam se adaptar ao entorno e acompanhar as mudanças econômicas, sociais, tecnológicas e culturais que influenciam o sistema político como um todo. Esta reforma administrativa que falamos, refere-se a uma reconfiguração no desenho estrutural e institucional das administrações públicas com mudanças nas normativas, nos procedimentos e, principalmente, nas questões orçamentárias.
No Brasil, os gestores públicos vivem um dilema entre conceito e prática. Na administração pública, normalmente, recebem uma formação teórica que foi em grande parte trazida de países desenvolvidos, com normas e leis inspiradas em outras culturas, com realidades distintas, e quando se relaciona na realidade a prática, entre as ações e atividades, encontra grande resistência com a cultura local. A administração pública brasileira, a partir de algumas reformas do Estado, tenta implementar um modelo mais dinâmico, este tem um impacto com a realidade aqui desenvolvida, pois se percebe que o “jeitinho brasileiro” normalmente faz se valer sobre leis e normas que foram preestabelecidas.
Com as constantes mudanças e a inovação tecnológica, acessível a todos, percebemos muitos movimentos positivos presentes nas administrações públicas. A implementação das novas tecnologias cresce exponencialmente, se generaliza com a assinatura digital, os trâmites eletrônicos e a expansão dos escritórios virtuais. A administração eletrônica ou e-Administração pode ser definida como a “utilização de tecnologias de informação e comunicação e, em particular, a internet, com o objetivo de melhorar a gestão dos bens e serviços públicos", segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2003). Isso tudo proporciona à sociedade, e em específico ao cidadão, uma condição de acessar as políticas públicas e seus serviços com mais facilidade e praticidade. Mostra, assim, um maior nível da democratização, das ações e suas atividades, focadas no usuário social, aquele indivíduo que realmente necessita da atenção e apoio do Estado.