É mais difícil ser um bom pai do que ser um bom padre
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sexta, 08 de agosto de 2025

O autor desta frase foi o bispo de Caxias do Sul, Dom Antônio Zattera. E dizia mais: “Um jovem estuda 15 anos para ser padre. Para ser pai e se preparar para o casamento apenas um cursinho de noivos em fins de semana. E para justificar, um artigo da Bíblia “Aquele que ama o filho usará com frequência o chicote” (Ef 6,4). Hoje, a psicologia proíbe açoitar o filho. Mas, há não muitos anos atrás, quem de nós não levou varadas do seu pai? E por acaso, alguém está arrependido de ter sofrido aqueles bárbaros açoites? Um sábio escreveu: “Nenhuma nação faliu por excesso de disciplina, mas todas soçobraram por terem obsequiado a população com benesses e favores.

“Filho, não te ressintas com a repreensão do Pai” (Pro 3, 11). “Filho, escuta a advertência de teu pai e não rejeites o ensino de tua mãe” (Pro 1, 8). Deus, ao promulgar a Constituição para o seu povo, decretou no Art 4º: “Honra teu pai e tua mãe”. Não perguntou se o pai era culto, doutor, rico ou personagem importante, e nem mesmo se era virtuoso, simplesmente cravou: HONRA-O.  Ao mesmo tempo advertiu aos pais: “Não exaspereis vossos filhos, mas educai-os na disciplina” (Ef 6,4).  A Bíblia insiste e martela na rigidez da educação dos filhos, a tal ponto que recomenda não poupar a vara e a chibata.

Como os filhos se alegram com um pai competente. Proclamam a sorte de ter um herói que veste roupa comum e atende pelo nome de pai. Ele sempre foi a sua certeza em meio às incertezas da vida. Se hoje, o filho é alguém na vida é porque sempre teve o melhor exemplo dentro de casa.

Infelizmente, há sempre, ontem, hoje e amanhã, pais que não exercem o seu devido papel. Não estamos aqui para julgar ninguém. Mas fatos não se discutem, se constatam. Filhos há, rolando no mundo, que desconhecem o seu pai. A própria mãe tem vergonha de revelar o autor. E se Deus criou a Família, é porque ela é necessária na sociedade. Não só necessária, como indispensável. Quantas lágrimas, quantas brigas, quantas lutas em tribunais, por causa da legítima origem de filhos.

“O papel do pai é tão importante que é quase impossível substituí-lo. O amor conjugal não se reduz à procriação, mas deve se estender à educação moral, à formação espiritual e o ensino da oração” (Cat. nº 2226).  “E vós pais, não deis aos vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina e correção do Senhor” (Ef 6,4). Pela graça do Sacramento do Matrimônio os pais receberam a responsabilidade de evangelizar os filhos. A educação para a Fé deve começar desde a mais tenra infância.

Uma tremenda tarefa do pai é o controle da natalidade. É fácil, e pode até ser prazeroso, fazer filhos. Só que muito pai se esquece que, ao botar um filho no mundo, Deus cobrará dele toda a educação, seja ela religiosa, intelectual, moral, afetiva, profissional e mesmo financeira. É uma lástima constatar-se que muito pai faz filhos para os outros criarem. Um dia, a Deus ele terá de prestar contas. Fecho o artigo com a sentença de um arguto psicólogo: “O maior presente que um pai pode dar a seus filhos É AMAR A MÃE DELES”.  

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