O ano de 2025 começa como um termômetro para a eleição geral de 2026. Durante as eleições municipais de 2024, vários analistas nacionais se dividiram na leitura do cenário, alguns indicando a tendência de polarização nacional e outros sinalizando a divisão da direita e o seu processo de fragmentação. Em certo sentido, as duas teses não são excludentes e se complementam.
A última pesquisa nacional divulgada pela Atlas Intel mostra que o brasileiro está dividido na avaliação do governo, com um indicador mais desfavorável para Lula. Em janeiro de 2024 Lula tinha a aprovação de 51,2% da população brasileira e em janeiro de 2025, 47,8% aprovam a maneira como Lula administra o Brasil e 49,8% desaprovam a atuação do Presidente.
Quando se analisa a aprovação por renda, a pesquisa indica que, quanto maior a renda da população, maior o índice de aprovação. Quem têm renda familiar entre 5 e 10 mil reais, aprova a maneira de administrar do presidente com 51,5%. Nas famílias que ganham entre 3 e 5 mil por mês, a aprovação é de 47,3% e entre as pessoas com menor renda, até 2 mil reais, a aprovação chega 41,8%.
É importante relembrar que Lula teve um bom desempenho na eleição de 2022 entre os eleitores de menor renda, pela expectativa de que entregaria políticas públicas de equidade, investindo na igualdade econômica e social. De uma forma geral, a opinião pública não percebe a consistência dessas políticas públicas, sentindo os efeitos da diminuição do poder de compra e a desvalorização do real.
Por outro lado, a mesma pesquisa demonstra que Lula (PT) segue como favorito para as eleições presidenciais de 2026, liderando em todos os cenários realizados. Nos cenários de primeiro turno, Lula se mantém com 42,5% das intenções de voto, no primeiro cenário Tarcísio de Freitas (Republicanos) fica em segundo, com 33,2% e no segundo cenário, Flávio Bolsonaro (PL) pontua com 23,5%.
Nesta pesquisa foi testado o nome do cantor Gusttavo Lima, ainda sem partido, como pré-candidato a presidente, com uma pontuação de 4,3% das intenções de votos dos brasileiros. O cantor sertanejo tem um duplo interesse: no não oficial, se especula que quer ganhar imunidade para responder aos processos judiciais. E o oficial, que o músico se aventura como uma candidatura alternativa, para romper a tendência de polarização entre PT e PL.
Os testes de segundo turno indicam que Lula consegue manter mais de 50% das intenções de voto. Este desempenho eleitoral do presidente mantém firme a tendência de polarização, considerando que os eleitores que não querem a manutenção do governo do PT tendem a se unir em torno do nome mais competitivo do campo da direita, tendo em vista a oferta e o fortalecimento eleitoral dos pré-candidatos com ideologia à direita.
Como muita água ainda vai rolar por baixo desta ponte, nada impede que uma candidatura inesperada como a de Gusttavo Lima consiga quebrar essa tendência, desde que se mantenha como oposição ao atual governo. Segundo o cantor, “o Brasil precisa de alternativas. Estou cansado de ver o povo passar necessidade sem poder fazer muito para ajudar […] chega dessa história de direita e de esquerda. Não é sobre isso, é sobre fazer um gesto para o país, no sentido de colocar o meu conhecimento em benefício de um projeto para unir a população”.