Daqui a poucos dias é Natal sendo impossível não se envolver de alguma maneira com ele, pois dois meses antes as lojas, shoppings e ruas já se decoram em nuances vermelho, verde e branco sinalizando que a época mais esperada do ano se aproxima. Poucos lembram que é o aniversário de Jesus, pois é preciso honrar a lista infindável de presentes e preparativos para ceia. O corre-corre alucinado nos shoppings. As filas no supermercado com carrinhos abarrotados de guloseimas de toda espécie, aves e bebida que dão inveja ao estoque no bar, assim costuma ser o período que antecede o Natal e finda Pós Ano Novo. O décimo terceiro é delapidado com ferocidade em poucos dias, restando para a grande maioria, decimais no vermelho antes que o ano se anuncie. É claro que as crianças se alegram com os enfeites, com o Papai Noel e com a possibilidade em receber os presentes sonhados. O povo crescido, idem! Mas, tem gente que não gosta do Natal, muito menos dos festejos de réveillon. O que fazem? Aguentam duas semanas e se alegram ao pensar que as datas só se repetirão ano que vem? Aguentar é o que praticamente todos fazem, pela família, por tradição ou por falta de ousadia de virar a página do passado de natais infelizes e tirar férias em um período pouco típico para isso, pois quem viaja nessa época sempre está movido pelo Natal, em festejar com parentes distantes ou em uma localidade típica. Então é Natal, a música nos lembra insistentemente nos carros de som ou na trilha musical dos shoppings (como se não soubéssemos...), virando tortura para aqueles que detestam. Há quem goste do Natal, mas é contrário ao consumo excessivo que ele propicia, criticando o fato do velho Noel ser o protagonista da história, enquanto Jesus desponta como mero coadjuvante. Começamos falando do lado B do Natal onde poderíamos acrescer a miséria que nos cerca em asilos, orfanatos e ruas para então falar das coisas boas que o natal evoca e saber do que se trata esse tal “espírito natalino”. O cheiro vindo da cozinha e que embriaga os sentidos, mescla o assado das aves com a doçura dos molhos agridoces a base de especiarias concorrendo com a fritada de rabanadas que se besuntem de açúcar e canela a fim de ficarem mais irresistíveis. Esse é o início do Natal, de quem ainda segue as tradições e principalmente gosta de cozinhar. Sobre os presentes, já estão em baixo da árvore a espera de serem abertos com sorrisos e agradecimentos. Assim, o que podemos chamar de um “Natal Feliz” vai acontecendo, tendo como ponto alto dos festejos, a família reunida à mesa (sim, à mesa e não espalhados pela casa), pois o momento de ceiar juntos é o contrato que fazemos de zerar mágoas e celebrar a vida no que chamamos de “espírito natalino”. Desejo um Natal de seja abençoado para todos! Que a esperança invada seus corações fortalecendo a Fé em dias melhores. Que a doença tenha cura. Que a dor de amor, encontre alento em outro amor. Que as amizades se confirmem e multipliquem. Que a justiça seja advogada intercedendo na causa de cada um. Que a fartura de vossas mesas seja lembrada com uma prece de agradecimento e solução para os desprovidos de um pão. Que o sentido da vida possa lhes tocar como obra divina, mostrando os caminhos. Esses são os meus votos a quem costuma ler minhas colunas, na alegria que vivenciando desde o Natal coisas boas, possam virar o ano com menos pedidos e mais gratidão.
Bons Ventos! Namastê.