Na vida, tudo é uma questão de posicionamento. A forma como olhamos o mundo diz muito sobre nós mesmos. Isso vale para todos os campos da realidade que fazem parte da experiência humana. E a realidade tem muitas facetas, muitas caras. Temos a realidade física, a social, a econômica, a científica, a cultural, a espiritual, a psicológica e até mesmo a virtual. E a nossa realidade pessoal, a nossa interpretação do mundo é constituída por um pouco de cada uma dessas realidades, ao ponto que temos a nossa própria realidade, o nosso mundo real.
Sei que soa estranho, falarmos que há muitas realidades e que tem a nossa realidade pessoal, mas é bem isso! Vamos a alguns exemplos de campos da realidade:
A realidade física é o que é tangível, o que podemos tocar e sentir. Em seguida tem a realidade científica, que traz consigo a técnica para “tentar” medir cada uma das realidades. Na realidade física existe a relação entre força e velocidade, em que a ciência pode utilizar a segunda lei de Newton que é o princípio fundamental da dinâmica.
A realidade social é resultante das regras de convivência, do que aprendemos como certo e errado, e se divide em sub campos: temos regras dentro de casa, na família, temos regras na escola, no trabalho e até mesmo nos espaços públicos. E é neste campo de realidade que se assenta a legislação, que diz o que podemos e o que não podemos fazer. E nem preciso lembrar que a realidade política nasce da realidade social, da nossa forma de nos organizarmos enquanto comunidade.
A realidade econômica nos dá os limites financeiros, impondo o quanto temos que trabalhar, o quanto podemos gastar, etc. Essa realidade também se conecta com a realidade social e cria diferentes fenômenos como a desigualdade social ou a luta de classes.
Também há a realidade cultural, que diz muito sobre o lugar em que vivemos, as crenças que aprendemos e a arte que apreciamos. E não podemos esquecer da realidade religiosa e espiritual, que é o campo da fé, local onde depositamos os aspectos divinos e transcendentais de nossa existência.
Atualmente, temos que considerar a realidade virtual, que pode se misturar com as demais realidades, influenciando a nossa realidade pessoal. Nos estudos qualitativos realizados pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião é muito comum entrevistarmos pessoas que desenvolveram determinados gostos e preferências a partir da observação do estilo de vida de pessoas conhecidas ou de influenciadores digitais. Por outro lado, a geração Alpha (pessoas que nasceram a partir de 2010) possuem uma super conexão com o mundo virtual, ao ponto de haver uma simbiose entre o mundo virtual e o real. Neste grupo etário, é comum um adolescente jogar durante horas e dias com pessoas de qualquer lugar do mundo, só sabendo o seu apelido de jogo.
E, por último, a realidade psicológica que retrata a nossa leitura individual, a forma como nossos pensamentos e emoções se organizam e lidam com todas as demais realidades. E é aqui que entra a decisão interna de qual posicionamento de mundo, de qual estilo de vida será adotado por cada um.
Há pessoas que têm um posicionamento estanque, acreditam que a realidade é o que elas vivem e que não há nada mais o que aprender ou mudar. Tem aqueles que, mesmo duvidando, dão um voto de confiança e se aventuram em novas descobertas. E há os que querem evoluir e têm a clareza de que a realidade é mutável e, por isso, precisam estar sempre aprendendo.