Hoje, exatamente hoje, estamos comemorando 27 anos da conquista do Tetra. Gente, já se passaram 27 anos e parece que foi ontem. O tempo é um trem-bala, credo.
Lembro de praticamente tudo daquela Copa. Desde o primeiro jogo até a grande final, contra a Itália. E “os meios”, também, como aquele jogo super complicado contra os donos da casa, os americanos, que naquela partida comemoravam o Dia da Independência e foram verdadeiros leões contra nós.
Ainda sobre esse jogo, o qual em minha opinião foi o mais difícil daquela Copa, jamais vou esquecer o passe do Romário para o Bebeto colocar a bola de forma cruzada no canto direito. Está redondamente enganado quem pensa que a bola rolou até o gol. Ela foi deslizando, com sutileza, com carinho. Tanto carinho que, não foi por acaso, na comemoração do gol o Bebeto disse “eu te amo” para o Romário.
Há quem considere o grande jogo não apenas do Brasil, mas da Copa, o confronto contra a Holanda. Uma boa discussão, admito. Se você lembrar, abrimos 2 a 0 e mandávamos no jogo. Aí, alguns minutos de “apagão” de nossa parte e os holandeses buscaram o empate. Até que o Branco, ainda meio baleado porque voltava de lesão, acertou um canhão com uma tirada de corpo que só craques como Romário conseguem fazer, nos dando a vitória, uma grande vitória.
Passamos pela Suécia na semifinal, com um gol de cabeça de Romário. Nosso baixinho subiu no quinto – talvez sexto – andar e, de cabeça, garantiu para o Brasil a vaga na final. Ali, sinceramente, eu tive certeza de que ninguém nos tiraria o caneco. Um gol daquele jeito feito por um baixinho dava a garantia que, sim, traríamos a taça pela quarta vez para o nosso país.
E chegamos à grande final. Um jogo que deveríamos ter vencido no tempo normal. A Itália, que tinha um “cano” de time, diga-se de passagem, nem de longe nos impôs tanta dificuldade como Estados Unidos e Holanda. Fácil não foi, óbvio, mas aqueles jogos foram bem mais cascudos.
Enfim, o título. A cena do Galvão abraçado com o Pelé, berrando “é tetra” aos quatro ventos, jamais será esquecida, também. E depois, claro, a comemoração nas ruas. Um amigo que se pintou de tinta guache no rosto acabou tendo uma alergia e ficou vários dias com o rosto todo vermelho. “Não tem problema. Nada é mais importante do que o tetra”, palavras dele. E, sinceramente, pelo menos naquele momento, não era mesmo.