Tenho um sexto sentido para gente alcoviteira desde sempre. Conheço no andar, como diz o ditado, e não tem como negar o quanto desagradável é conviver com elas. São aquelas pessoas que literalmente se vê uma nuvem de chuva carregada em cima de suas cabeças. Indivíduos que estragam conversas com sua proximidade, e que energeticamente nos puxam para baixo (ou tentam).
Considerada uma falta de menor gravidade para muitos, particularmente entendo a fofoca como a porta de entrada para muitos dissabores. Mas, o que será que leva pessoas perderem algo precioso como o tempo, para se ocupar da vida alheia? Costumeiramente se diz que é falta do que fazer ou o hábito de falar dos outros. Acresço que gente infeliz, também adora que se enrosca em uma fofoca.
Existe a falácia em dizer que é gente mais velha que costuma alcovitar, o que é ledo engano já que todo mundo faz fofoca. Claro que é triste ver jovens com tanta coisa melhor para fazer, já de cedo, se qualificando na fofoca. De fato, não entendo. Talvez porque se tenha expectativas que a geração Z não repita perniciosos hábitos de gerações anteriores. Talvez porque se tenha esperança que as relações sejam mais harmoniosas em sociedade, e para isso deve haver empatia.
O fofoqueiro – quase sempre sem conhecimento de causa – se dá o direito de questionar, acusar e julgar pessoas e suas atitudes. Como se fosse um juiz, acima do bem e do mal. Da boca deles ao longo do dia, saem asneiras de todos os tipos. Se um casal se separa, lá está o fofoqueiro tomando as dores de um dos parceiros e crucificando o outro. Se alguém comete o ato extremo de atentar contra a própria vida, certamente haverão muitos a condenar o sujeito aos quintos dos infernos. Se alguém muda de emprego, de cidade ou de curso na universidade, claro que é um prato cheio para o fofoqueiro iniciar seu julgamento sem precedentes. Problema é que quem gosta de falar mal dos outros, precisa de plateia, do contrário não tem graça. Logo, aquele que fica quietinho escutando, não deixa de ser cúmplice.
Ainda sobre o fofoqueiro, desista em agradá-lo, pois é um eterno insatisfeito. A sua felicidade lhe incomoda e o seu sucesso lhe deixa arrasado. O fofoqueiro segue como uma víbora os seus passos nas redes sociais. Porém, não curte nada já que o exclusivo motivo é acompanhar sua vida para ter fofoca nova para inventar. A coisa só piora, se você tiver o azar dele não ir com a sua cara. Sabe aquilo, “do santo não bater”? Bom, daí danou-se. Você será seu alvo predileto. O inusitado é que tem gente que implica até com o jeito de ser do outro, e aqui tenho uma teoria: implica porque inveja, simples assim. O fofoqueiro nasce e morre alcoviteiro. É uma questão de personalidade e de caráter. Contudo, quem sabe se entrar para terapia, não evolua um pouco e se torne feliz? Sempre digo, gente feliz não incomoda.
Bons Ventos! Namastê.