BRASIL X ESTADOS UNIDOS
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segunda, 04 de novembro de 2024

O  AGRONEGÓCIO – Após três séculos, o ciclo econômico do Brasil começa a se modificar com o advento do agronegócio. O bandeirante é substituído pelo senhor de engenho e pelo plantador de café. Até então, São Paulo era um dos Estados mais atrasados. Através do café monta o maior parque industrial da América Latina. No Rio Grande surge o estancieiro e no Amazonas o seringueiro.

TRABALHO – O americano prossegue nesta sua característica linha laboral. Para eles, o trabalho dignifica o homem. Lá, não interessa trabalhar nesta ou naquela profissão pois vergonha é não trabalhar. Ao passo que aqui, temos escalas de valorização profissional: os intelectuais têm primazia sobre os operários. O ‘doutor’ está acima do ‘colono, do gari, da empregada doméstica’ – profissionais até um certo ponto vistos com desdém. Os americanos cunharam o “Time is Money!” (Tempo é dinheiro!). Não podemos desperdiçá-lo. Então, o brasileiro fez dele uma piada: “Se o tempo é dinheiro, paguemos nossas dívidas com o tempo...”

RELIGIÃO – Católico ou protestante, o americano é radical. Procura cumprir com Deus as suas obrigações. Tanto que na sua moeda, o dólar, está escrito: “In God we trust” (Em Deus nós confiamos). Eles professam sua fé com orgulho. No Brasil, não nos sentimos confortáveis, por exemplo, em rezar num restaurante, ou num lugar público. Há um dado eloquente: Nos Estados Unidos (na época de Vianna Moog) a população católica de 30 milhões, dispunha de 30 mil padres. No Brasil, apenas 3.500 sacerdotes tinham de pastorear 60 milhões de almas. 

ESPORTES – Nós somos reconhecidos no mundo como o “País do Futebol”, “a pátria de chuteiras”, dando a entender que aos menos nos esportes, o orbe nos olhe com respeito. O que aconteceu na última Olimpíada, recém finda, de Paris: Os Estados Unidos abocanharam, em primeiríssimo lugar, 126 medalhas. O Brasil, em vigésimo lugar, conquistou magras 20 medalhas. 

CONCLUSÃO – Apesar da superioridade econômica americana sobre a brasileira, hoje nos Estados Unidos constata-se um recrudescimento psicológico preocupante, quando o cidadão não consegue a sua realização financeira. Surgem as ansiedades, as correrias, o suor frio, as úlceras. Já no Brasil, desde que a população começou a se aceitar, implanta-se um novo conceito de trabalho, conquistado com pertinácia e com sacrifício, abandonando-se o ideal do enriquecimento fácil, oriundo da esperteza ou da herança. O espírito religioso vai se depurando, encontrando-se no fervor católico de um Alceu Amoroso Lima e Gustavo Corção vigorosas expressões. Colhemos admiração internacional com um Villa Lobos na música, com Cândido Portinari na pintura, com Oscar Niemeyer na arquitetura, com Gilberto Freire na sociologia, com Veríssimo, Lins do Rego e Jorge Amado na literatura. E se Vianna Moog me permite uma sugestão, penso que nosso País continental deveria partir para a federalização radical: Cada Estado que se governe, se administre e seja independente, com orçamento e legislação própria. Nos Estados Unidos, em alguns Estados vigora a pena de morte, em outros não. Em alguns, a maconha é liberada, em outros o usuário vai para a cadeia. Brasília não poderá fiscalizar o Serro Azul!!!
 

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