Somos escravos do tempo. Existe hora marcada para praticamente tudo o que fizemos e, até quando estamos de folga, o tempo nos persegue.
As efemérides de final de ano costumam exigir um tanto de coisas, assim como as férias de verão. Em seguida, para quem possui filhos em idade escolar, surgem as listas intermináveis das escolas. Enfim, tudo para providenciar. Tudo isso envolve nosso tempo e energia, de modo que já entramos o ano cansados.
Rogamos por momentos sabáticos, mas nos angustiamos em como cumprir o tanto que programamos como lazer.
O que dizer? Que está mais que na hora de nos priorizamos. De sermos seletivos com o que dedicamos tempo. E de entender, que o tempo precisa de tempo.
Essa inaptidão de gestar o tempo acaba sobejando até a vida dos filhos, quando criamos rotinas estressantes para os pequenos, antecipando a atribulada vida adulta.
Estamos sem tempo para nada. Nem para saborear a leitura de um livro como outrora fazíamos. Os jornais são folheados apressadamente já que a métrica das horas nos coíbe até em ler uma reportagem por inteiro. Exagero? Talvez. Mas, quem não pensou duas vezes antes de ler uma matéria de quase uma página como a da colunista que vos escreve?
Afinal, são tantos desejos que fazem fila à espera de sua atenção que é normal você questionar se vale a pena ler um texto grande demais ou fazer outra atividade.
Somado a este estresse, ainda existe a pressão externa das pessoas com as quais convivemos, e são muitas... São os filhos implorando para ir ao parque de diversões. O parceiro cobrando mais atenção. O chefe questionando sobre o relatório. Os cursos que você pretende fazer e adia de um semestre para o outro. O novo restaurante que você ainda não visitou. A pilha de livros que você pretende ler. Enfim, existe uma infinidade de coisas clamando sua prioridade e como o dia ainda possui 24 horas, o jeito é fazer a melhor gestão do tempo possível, para que não haja arrependimentos.
Na verdade, sentimos medo, pois nunca sabemos quando as luzes se apagam. A idade nos faz ressentir coisas passadas e perdas inevitáveis como a juventude.
No fundo, existe um desejo incontrolável de parar o tempo e uma mágoa por ele ser esgotável. E o medo das coisas que deixamos escapar? Não podem ser maiores do que as coisas que podemos relembrar, pois essas ou bem ou mal, vivemos. A pandemia nos obrigou a reuniões virtuais intermináveis, os grupos de Whatsapp se multiplicaram e o terceiro turno parece que veio para ficar. No entanto, sempre temos a chance de reverter situações desagradáveis, basta dar limites para nós e para os outros.
Aprenda a dar limites e a cobrar boas práticas corporativas. E aqui sinalizo uma das vilãs do mundo corporativo? As reuniões. Reunião que se preze, tem que ter pauta enviada previamente, e horário de início e de término. Evite reuniões que podem ser resolvidas por mensagens. Cuide do seu tempo e respeite o tempo dos outros!
Bons Ventos! Namastê.