A burrice fixou residência no Beira-Rio
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segunda, 12 de julho de 2021

Esclareço ao leitor que a redação do jornal exige que a entrega do artigo seja feita até a terça-feira (para que não ocorram atrasos no processo de impressão). No sábado, quando o jornal O Alto Uruguai chega às suas mãos, muita coisa pode acontecer, pois o futebol é dinâmico. Neste intervalo, o time que perdia, ganha, o vilão passa a ser herói, e o que eu escrevi, sofre reviravolta. Mesmo assim, teimo em escrever, pois os erros do Inter já são tradicionais, e ninguém toma providências.
1. Preparo físico – Há anos que os atletas do Inter não têm mais pernas no segundo tempo. Sempre se busca o culpado no treinador, quando a falha está no preparador físico. Parece que, agora, com a contratação do Paixão, se acordaram. Mas quantos títulos perdemos, durante quantos anos, porque os jogadores se arrastavam em campo?!
2. Bola aérea – Depois que o Moledo se machucou, cada bola que chega na área do Inter é um suspense, porque não tem zagueiro que cabeceie. O próprio Cuesta, excelente zagueiro, não sabe cabecear. Será que ninguém descobre um bom cabeceador, mesmo dentro do Estado? Precisam contratar medalhões, que custam uma fortuna, quando teríamos aqui bons zagueiros?
3. Depois dos 40 minutos – Confiram as estatísticas e verificarão que 90% dos gols sofridos pelo Inter ocorrem nos minutos finais e de bola aérea. Não existe um conselheiro que avise a Direção deste fiasco permanente?
4. Defesa insegura – O Inter só dispõe de um zagueiro. E para completar, não possui um lateral confiável. O ataque até que é razoável. Mas o sistema defensivo mete medo. O saudoso Teté produziu uma frase lapidar: “Um bom ataque ganha uma partida, mas uma boa defesa ganha um campeonato”.
5. Contratações – Principalmente com relação ao treinador, por que fazer contrato de dois ou três anos? Como no futebol tudo é relativo, façam contrato de seis meses. Se aprovar, renova. Qual é o problema? No Inter, a moda é fazer experiência e depois pagar contrato absurdo. E nenhuma direção aprende. Depois, a gente chora que o clube está afogado em dívidas.
6. Queremos títulos – Houve um presidente que, ao ser eleito, declarou: “Não vim para conquistar títulos (troféus); vim para pagá-los (dívidas)”. De que adianta encher o armário de taças e no ano seguinte cair para a Série B. Tem-se a impressão (infelizmente parece que é a realidade) que há dirigentes que contratam mercenários por fortunas, para levar uma beiradinha na porcentagem. Esta gente não tem um pingo de vergonha, se lambuzando com dinheiro sagrado do clube que é sustentado por sócios, muitos em situação financeira precária, mas que são fanáticos pela camisa colorada.
 Podemos dar uma espiada na Arena. Lá, o presidente Romildo Bolzan assumiu o clube com ameaça de extinção, tamanha era a dívida. Hoje, é o único clube brasileiro superavitário. Na sua gestão, conquistou uma montanha de troféus. Fala-se até em candidatá-lo a governador. Não é do meu partido, mas votaria nele: primeiro, porque endireitaria as finanças do Estado. Segundo, porque teria de deixar o Grêmio. Por razões que amanhã virão à tona, o Tricolor amarga a rabeira do campeonato. Porém, logo apagará a “lanterna”. Não há muito desespero, porque o seu oponente, há sete jogos não ganha em casa. No momento, ninguém canta o Hino do RS: “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra...”.
 

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