Celebramos neste Domingo um acontecimento de fundamental importância para a Igreja: a vinda do Espírito Santo, a Festa de Pentecostes. É, digamos assim, a apresentação da Igreja para o mundo, como que o início oficial da Missão que Jesus lhe confiou.
A vinda do Espírito Santo é o início da atividade apostólica e da expansão da Igreja, um novo tempo de fecundidade extraordinária, que continua hoje a se renovar, mesmo tendo passado tantos séculos. O dom do Espírito Santo não foi dado só para um tempo, para um determinado momento histórico, mas foi dado à Igreja para que até o fim da história humana ela possa continuar anunciando o Evangelho de Jesus a todas as nações, a todos os povos e culturas da terra.
As Leituras deste Domingo nos ajudam a tomar consciência da importância da presença do Espírito Santo na vida da Igreja e em nossa vida cristã.
A 1a Leitura (Atos 2,1-11) é composta de duas partes: a primeira nos fala de como a Promessa de Jesus se cumpre, através do dom do Espírito Santo. O Espírito Santo é dado e derrama sua força no novo povo de Deus, que é a Igreja. Há um verdadeiro “Batismo no Espírito”, até com sinais extraordinários: as chamas de fogo, o vento impetuoso, o barulho na natureza. É algo grandioso que é dado para a Igreja que estava nascendo. Na segunda parte do texto bíblico, aqueles que recebem este dom estão em meio a um acorrer de pessoas de todas as nações, raças e línguas, manifestando a universalidade do direcionamento deste dom. Ele não é dado a um povo específico, a uma particular cultura, mas é dado a todo o mundo. E este dom realiza a unidade do gênero humano, representando esta unidade no fato de que cada pessoa entende em sua própria língua a mensagem transmitida pela Igreja, que iniciava sua missão universal de anúncio do Evangelho. É o Espírito do Senhor, derramado sobre os Apóstolos e Nossa Senhora quem realiza a unidade do mundo, na mesma fé.
A 2a Leitura nos recorda a vida nova a que é chamado a viver aquele que recebe o dom do Espírito Santo. Os frutos do Espírito (a caridade, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a lealdade, a mansidão, a continência) são os sinais inequívocos de que alguém vive a vida do Espírito. A esta vida se opõe as obras da carne, sinais de separação do Espírito de Deus (fornicação, libertinagem, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras, intrigas, discórdias, facções, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes). Aí temos um critério seguro e claro de se estamos ou não vivendo a vida cristã segundo o Espírito de Deus.
No Evangelho desta Solenidade, Nosso Senhor nos ensina que a vinda do Espírito Santo sobre a Igreja e os fiéis significará que o mesmo Espírito nos encaminhará para a verdade completa. Podemos dizer assim que o Espírito Santo vem nos trazer aquele conhecimento da fé que nos fará viver plenamente os ensinamentos de Jesus.
Jesus envia seu Espírito de junto do Pai para renovar a face da terra, através da pregação do Evangelho, do Batismo e para estender a Igreja por todo o mundo. É o mesmo Espírito quem transforma o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Jesus, na Consagração. Neste mesmo Espírito formamos um só Corpo, uma só Fé e um só Batismo.