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Estudo
Gestão rural revela impacto dos custos na rentabilidade da produção de leite no sul do país
Pesquisa foi realizada a partir do Programa de Iniciação Científica da URI/FW
Por: Márcia Sarmento
Publicado em: terça, 27 de maio de 2025 às 16:58h
Atualizado em: terça, 27 de maio de 2025 às 17:01h

Uma pesquisa desenvolvida no âmbito do Programa de Iniciação Científica da URI de Frederico Westphalen, com orientação do professor Luis Pedro Hillesheim e desenvolvida pela bolsista Maitê Fátima Manica, tem lançado luz sobre um dos grandes desafios enfrentados pelos produtores rurais da região Sul do Brasil. 
Trata-se do equilíbrio entre os custos de produção e a rentabilidade na bovinocultura de leite. O estudo analisa, com base em dados dos últimos 10 anos (2015 a 2024), o chamado "efeito insumo-produto", observando como os valores investidos em insumos agropecuários impactam diretamente na receita gerada pelo leite comercializado.
O levantamento abrange municípios-base dos três estados do Sul, sendo Passo Fundo, São Miguel do Oeste (SC) e Castro (PR), revelando diferenças significativas entre os volumes de produção, o valor pago ao litro de leite e a receita mensal obtida pelos produtores. O destaque vai para o município paranaense de Castro, cuja média mensal de produção alcança 227.850 litros, gerando uma receita superior a R\$ 412 mil, enquanto em Passo Fundo a produção média é de 13.950 litros, com receita de R\$ 22,5 mil, e em São Miguel do Oeste, 8.640 litros/mês com receita de R\$ 15 mil.
Segundo o estudo, essas variações não se explicam apenas pela escala de produção, mas também pela estrutura de custos e práticas de gestão adotadas em cada região. Os principais componentes do custo da atividade leiteira, conforme identificado no estudo, são o concentrado (47%), a silagem (22%) e a mão de obra (17%). Juntos, esses três itens respondem por 86% do total dos custos mensais.
Outros elementos que compõem os custos incluem impostos e taxas (6%), despesas administrativas (5%), material de ordenha (2%) e transporte do leite (1%). Itens como sal mineral, manutenção das pastagens e inseminação artificial aparecem com menor representatividade, mas também são considerados no planejamento das propriedades.
A pesquisa destaca a importância da compreensão detalhada dos custos de produção como ferramenta para uma gestão rural mais eficiente. A análise de indicadores como o custo por litro e a margem de lucro, considerando os insumos mais representativos, permite ao produtor identificar gargalos, adotar estratégias de redução de despesas e buscar maior eficiência produtiva. 
Além disso, o estudo aponta que a adoção de boas práticas de manejo, controle zootécnico, investimentos em tecnologia e capacitação são caminhos viáveis para melhorar o desempenho econômico da atividade leiteira, especialmente em pequenas e médias propriedades da região.
 

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Fonte: Jornal O Alto Uruguai