A enxurrada de partidos no brasil
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quinta, 15 de maio de 2025

No Brasil funcionam 35 partidos.  Ei-los: DC, MDB, PCB, PCdoB, PCO, PDT, PMB (partido da mulher brasileira), PL, PMN, PP, PROS, PRTB, PSB, PSC, PRTB, PSB, PSC, PSDB, PSD, PSOL, PSTU, PTB, PT, PV, PEDE, UP, PODEMOS, AGIR, AVANTE, CIDADANIA, PATRIOTA, REPUBLICANOS, SOLIDARIEDADE E UNIÃO.  Mas não se assuste com o número. Há mais de uma dúzia, com camiseta e chuteira, prontos para entrar em campo.

Nas próximas eleições, como todos necessitam de eleitores, estão se criando as FEDERAÇÕES. São as uniões de vários partidos para os candidatos conquistarem uma maior fatia do eleitorado. No CP 30/4 surgiu a Federação União Progressista, fusão do União com o PP, mancheteada como a maior bancada no Congresso, com 107 Deputados, 14 Senadores e seis Governadores. Os próprios políticos perceberam que a avalanche de siglas está confundindo o eleitorado. Porém ninguém se ergue contra a existência de um partido nanico, receando perder seus eleitores.

Todos os partidos tentam mostrar a sua cara. Muitos se intitulam DEMOCRATAS; lógico que ninguém ousaria se intitular ditador. Outros se denominam BRASILEIROS, como se alguém fosse se chamar argentino. Existem os TRABALHISTAS ou TRABALHADORES; só faltava que se denominassem preguiçosos. Há os REPUBLICANOS, nenhum monárquico. Temos o AVANTE, imaginem com o nome de PARA TRÁS. Temos o Partido da Mulher; será que os Homens podem participar da sigla? E o partido NOVO autorizará  a filiação de velhos? Surge o PROGRESSISTAS, com receio de que os Atrasados façam parte dele. Todos com denominações atraentes.

Normalmente os partidos nascem ao redor de uma liderança. Por volta de 1950 se salientavam o PTB de Getúlio Vargas, a UDN de Carlos Lacerda, o PRP de Plínio Salgado, o PCB de Carlos Prestes e o PSD de Gaspar Dutra. Mortos os líderes, a maioria destes partidos murcham ou desaparecem. Toda a personalidade marcante na sociedade quer ter o SEU partido, o seu quintal. Por que? Porque a legislação destina gordas verbas para os partidos, e quanto maior o partido, maior o saldo bancário. E uma vez no Poder, o partido poderá nomear filiados, distribuir benesses, afagar instituições, favorecer empresas, das quais muitas vezes é sócio ou proprietário. Hoje, o mais detestável pecado do Homem Público é a CORRUPÇÃO. Na antiga Grécia, Diógenes perambulava nas ruas com um lampião aceso, em pleno meio dia.  Perguntado qual a razão, respondeu: “Procuro um homem HONESTO”.

Não quero apontar como modelo. Mas nos EE.UU. desde que tenho uso da razão, só elegem os candidatos de dois partidos, ou Democrata ou Republicano. Aqui no Brasil, com esta macarronada de siglas, o Executivo terá dificuldades de governar se não tiver a maioria do Legislativo. E este, estando na  oposição, tentará torpedear todas as  iniciativas do Executivo, porque se ele falhar na gestão, existe a chance de ser derrotado na próxima eleição. Por isso, pode o Leitor discordar, sou favorável  à vigência de no máximo três ou quatro partidos, eleição GERAL de cinco em cinco anos apenas e proibida a reeleição do Executivo. A imprensa adoraria eleição cada ano, pois aí venderia mais espaço nos jornais, horário nas rádios e minutos caríssimos na tevê. Inúmeros cidadãos detestam política. Todavia, se Você não se interessa por política, fatalmente será governado por aquele que se interessa. E frequentemente os interesses do Político não são os SEUS, e sim os DELE!!!

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