Uma cena registrada na última semana, em uma propriedade no município de Palmeira das Missões, virou notícia estadual por ser considerada inusitada. Uma onça-parda, acompanhada de mais três animais de menor porte – possivelmente filhotes –, foi flagrada por uma câmera de segurança na localidade de linha Guaritinha, no km 8 da ERS-154.
Em entrevista concedida ao jornal palmeirense Tribuna da Produção, a zoóloga e professora da UFSM-PM, Vanessa Barbisan Fortes, trata-se de uma onça-parda – puma concolor –, conhecida também como puma, leão baio ou sussuarana, dependendo da região em que vive. A profissional explica que eles ocupam territórios bem amplos, já que são animais carnívoros de grande porte – o segundo maior felino das Américas –, e precisam de uma grande quantidade de alimento para sobreviver.
À procura de comida
– Elas se alimentam de mamíferos de porte não muito grande, como, por exemplo, tatus e cutias. Mas, com a destruição das florestas, esse tipo de animal está se tornando bastante raro, então, cada vez mais, esses animais precisam andar grandes distâncias para conseguir encontrar alimento suficiente. E isso tem feito com que, às vezes, eles sejam vistos em áreas abertas, e próximo das propriedades – detalha a professora.
Quanto à territorialidade, esse tipo de animal é comum na região Nordeste do Estado, campos de Cima da Serra, em áreas de floresta com araucária. “Nas proximidades de Palmeira das Missões temos áreas extensas, como a Reserva Indígena do Guarita, a Reserva Indígena de Nonoai ou mesmo o Parque Florestal Estadual do Turvo, que é uma unidade de conservação que é bem grande e abriga indivíduos dessa espécie”, pontua Vanessa.
A devastação das florestas e a prática da caça são alguns dos fatores que têm contribuído para que o animal seja avistado com uma frequência significativa, se comparado a outros tempos. A espécie é considerada em perigo na lista da fauna ameaçada de extinção do Brasil e também na lista do Rio Grande do Sul.
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