A URI, campus de Frederico Westphalen (URI/FW), em parceria com a Casa Familiar Rural Regional de Alpestre, inaugurou, na última sexta-feira, 14, a identidade visual do Centro de Formação Por Alternância, localizado na comunidade de Farinhas, em Alpestre. Na oportunidade, estiveram presentes representantes das instituições parceiras, autoridades regionais, professores, alunos e a comunidade local.
De acordo com a diretora-geral da URI, Elisabete Cerutti, o momento foi importante para a história da instituição. “Desejamos que se concretizem novas sementes do que foi plantado através deste convênio, atendendo à comunidade de Farinhas e Alpestre, além dos municípios vizinhos que estão todos interligados”, frisa a diretora.
A oficialização da parceria com a URI é considerada como um momento histórico pelo diretor da Casa Familiar Rural Regional (CFR), Wagner Bohn, e ainda faz parte das comemorações dos 26 anos da CFR. “O processo de descentralização do curso de Tecnologia em Agropecuária, aproximando-o das pessoas interessadas, foi pensado com o Departamento de Ciências Agrárias da universidade, para que pudesse atender às necessidades do público da agricultura familiar. Sempre buscamos o diálogo e o aperfeiçoamento da oferta deste curso para a região, querendo quebrar a barreira de que o agricultor não precisa estudar para ficar na lavoura. Entendemos que é importante que ele continue aperfeiçoando os conhecimentos que já possui, e o curso proporciona este conhecimento que pode ser aplicado às propriedades”, esclarece.
Um dos motivos da parceria foi a inovação do curso dentro dos últimos anos, atuando dentro da Pedagogia da Alternância, metodologia, também utilizada pela Casa Familiar. “Estamos trabalhando, ainda, para lançar a oferta do curso de Agronomia, além da possibilidade de outros cursos, como de aperfeiçoamento, que podemos trabalhar em parceria com a universidade”, acrescenta Bohn.
Com seu caráter regional, a universidade sempre busca, dentro das possibilidades, atender as necessidades dos municípios, seja através de cursos, palestras ou outras capacitações. Nesse sentido, o prefeito de Alpestre, Valdir José Zasso, destaca que a parceria do seu município com a URI é de longa data, e que a administração está contente com mais esta conquista. “É uma interiorização importantíssima, principalmente porque é ligada à agricultura, que é nosso forte e base. É um trabalho que vai manter nosso jovem no campo e acreditamos que desenvolverá, cada vez mais, nosso município”, salienta Zasso.
Centro de Formação Por Alternância
O objetivo do Centro de Formação é promover a sucessão rural, facilitando o acesso ao ensino superior à comunidade de Alpestre e municípios vizinhos. A acadêmica Bruna Caroline Vieira observa que o espaço possibilitou os estudos para muitas pessoas que, talvez, não tivessem condições de ir até Frederico Westphalen para aulas no câmpus da universidade. “Essas instalações facilitam muito para cursarmos uma graduação na região, sem deslocamento para outros centros, o que poderia ser cansativo. Outro benefício é a Pedagogia da Alternância, método muito importante, usado nas aulas, em que podemos colocar em prática tudo que aprendemos com nossos professores, nas propriedades”, explica Bruna.
Conforme apontado por Adriana de Fátima Ribacki Casaril, mãe dos estudantes de Tecnologia em Agropecuária, Francis e Franklin Ribacki Casaril, além da possibilidade de estudar mais perto de casa, o Centro de Formação é importante pela possibilidade de aplicar o conhecimento na propriedade. “Assim, no futuro, os alunos poderão ser sucessores com conhecimento, terem mais lucratividade e uma boa qualidade de vida. Fala-se muito sobre a sucessão rural, mas se o jovem não tiver qualidade de vida, não vai querer ficar no campo”, alerta Adriana.
A parceria busca fortalecer o programa de formação regional para a sucessão do campo por meio de oportunidades de formação continuada. O professor de Ciências Agrárias da URI, Gelson Pelegrini, comenta que a Casa Familiar Rural de Alpestre construiu o ensino médio por alternância, oferecendo a oportunidade de estudos aos jovens agricultores durante o ensino médio para, então, dar sequência no ensino superior pelo Curso Superior de Tecnologia em Agropecuária da URI. “É importante, enquanto universidade comunitária, estarmos junto às demandas da região no planejamento e formação da capacitação de agricultores de forma técnica e gerencial das propriedades”, justifica Pelegrini.
Com o mesmo viés, o coordenador do curso de Tecnologia em Agropecuária, Luis Pedro Hillesheim, ressalta que o centro é um espaço de atividades pedagógicas da URI/FW, onde todos os cursos da universidade poderão desenvolver práticas de formação de profissionais na região. “É um espaço vivo, em que estão presentes diversas realidades de todas as áreas do conhecimento. A Formação por Alternância é uma ciência de aprendizagem que tem chamado atenção do mundo, no que tange o fazer-estudar-fazer, pois o sujeito de sua formação passa de espectador da sua realidade e do conhecimento, para ser um sujeito propositivo de sua realidade e região, que faz, pensa sobre o que faz e passa a refazer o que não potencializa a realidade de vida. Portanto, no centro implementado, se formam pessoas para auxiliar na solução de desafios existentes na sociedade”, garante Hillesheim.
Curso Superior de Tecnologia em Agropecuária
O curso de Tecnologia em Agropecuária prepara futuros empreendedores da área, visando fortalecer a sucessão rural regional, formando-os para o planejamento, organização, produção e comercialização de produtos de origem vegetal e animal. É uma graduação que une a teoria e a prática no estudo da produção rural com recursos locais e tecnologias que respeitem o ser humano e a natureza, promovendo um ambiente socioprodutivo de indústria e mercado qualificados.
O aluno da graduação e secretário de Agricultura de Alpestre, Gilmar Matias, afirma que o convênio é histórico. “Como a nossa região é agrícola, é de extrema importância termos um Centro de Formação no município, que beneficia tanto estudantes da cidade quanto de municípios vizinhos, continuando a formação de jovens na sucessão familiar, incentivando-os a permanecer na propriedade, produzindo com novas tecnologias, conhecimento que a universidade nos proporciona”, complementa Matias.