O manejo fitossanitário da viticultura e as perspectivas climáticas para a Safra da Uva 2023/2024 foram temas destaque do encontro técnico promovido pela Emater/RS-Ascar, na última semana. O município de Alpestre sediou o evento na manhã de quarta-feira, 5, e, à tarde, o encontro foi realizado em Planalto, reunindo os produtores locais e de municípios vizinhos. Na quinta-feira, 6, o evento técnico aconteceu em Sarandi, contemplando as principais localidades produtoras de uva da região.
O extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Enio Todeschini, da região de Caxias do Sul, falou sobre o manejo de doenças na viticultura e algumas práticas preventivas. O meteorologista da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Flávio Varone, falou sobre as tendências do clima para o inverno e primavera.
–O nosso objetivo, ao promover essas atividades técnicas, foi proporcionar aos agricultores conhecimento e contribuir na estratégia de manejo mais rentável e ampliar a produtividade dos parreirais. Também buscamos oferecer aos produtores informações de qualidade sobre as condições climáticas, a previsão do tempo para o inverno e primavera e o efeito do El Niño, alertando sobre o manejo para esse período, preparando os viticultores para esse cenário de quantidade maior de chuva e temperatura do ar mais elevada. Portanto, nosso intuito é trazer conhecimento. Esse é o papel da extensão rural, é o trabalho da Emater– afirmou o gerente regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Luciano Schwerz.
Para o meteorologista Flavio Varone, os encontros técnicos são oportunidades de apresentar o Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro) à comunidade, mostrando as atividades e índices de produtos que são gerados com a rede de estações. “Também estamos mostrando a previsão climática. Estamos levando ao produtor da região o conhecimento das potencialidades e os efeitos que o fenômeno El Niño pode causar no setor agropecuário nos próximos meses. A previsão é de bastante chuva e o produtor tem que se precaver de posse dessas informações”, destacou.
Nesse ano, previsto o retorno do El Niño, que traz algumas adversidades climáticas, especialmente excessos de chuvas e acúmulo de horas de frio abaixo do esperado, para as frutíferas de clima temperado, o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Ênio Todeschini, recomenda que os fruticultores tomem determinadas precauções. “Primeiro, recomendamos uma poda seca pobre, com redução de gemas ou carregadores por planta. Uma poda verde intensa, para facilitar a entrada dos raios solares e ventilação, reduzindo o tempo de molhamento dos órgãos vegetais das frutíferas”, comentou. Outra prática importante, segundo ele, é o uso de plantas de cobertura do solo, para evitar erosão e depois, no verão, no caso de algum veranico, a palhada contribui para a redução da perda da umidade frente aos principais supressores, o calor e o vento.
–Também destacamos a questão dos reguladores de crescimento, para facilitar e aumentar o número de gemas que irão brotar– explicou. Os tratamentos de inverno, como relatado por Ênio, também são imprescindíveis. “Para redução de fontes de inóculos, ou seja, a propagação de doenças. Adubação é extremamente importante, evitando os excessos. O produtor deve ser estritamente profissional, fazendo aquilo que observa as análises de solo e folha. Cuidado especial para o Nitrogênio, ele que dá mais vigor às plantas”, reforçou.
Em seguida, de acordo com o extensionista da Emater/RS-Ascar, vêm os tratamentos fitossanitários de primavera e verão, da fase vegetativa. “O produtor deve escolher os produtos adequados quanto ao modo de ação (protetores sistêmicos), em função das condições climáticas reinantes, principalmente em dias de ausência de insolação, nublados ou com chuva. Essas são práticas necessárias e que ajudam a reduzir esses possíveis danos na produtividade e no potencial produtivo das plantas”, alertou Todeschini.
Os encontros contaram com a parceria das prefeituras de Alpestre, Planalto e Sarandi, e apoio de entidades ligadas ao setor agropecuário nos respectivos municípios.