Para quem hoje vê a caiçarense Eliana Buriol Bonatti com uma câmera fotográfica na mão, nem imagina que por trás deste seu “novo” trabalho há toda uma história, carregada de muitos desafios, desejos e, acima de tudo, superação.
Com 44 anos de idade, há 25 anos Eliana é professora, mas como ela diz, “nada acontece por acaso”, e foi assim que a fotografia entrou para a sua vida. “Atuei 22 anos como professora nos anos iniciais e português nos anos finais do ensino fundamental. Hoje, trabalho como coordenadora pedagógica nas escolas Engenheiro Álvaro Leitão, do distrito de Laranjeiras, em Vicente Dutra, e na Escola Estadual de Ensino Médio 20 de Setembro, de Caiçara. Nos últimos sete anos, passei por momentos difíceis, quando perdi quatro familiares (pai, mãe, irmão e um tio), a partir daí, muito abalada, precisei me reinventar, melhorar a minha qualidade de vida, encontrar outro desafio além das salas de aula, algo que me servisse de motivação. Foi então que surgiu a fotografia – conta Eliana, que tem formação no Magistério (Auxiliadora), em Letras/Espanhol e suas respectivas Literaturas (URI/FW), com especialização em Literatura Comparada e Pedagogia (Unopar), e especialização em Coordenação Pedagógica (Uniasselvi).
Desafios e apoio
Casada há 20 anos com o também professor, Tarcísio Bonatti, e mãe do Felipe Gabriel, de 11 anos, e dos gêmeos Marco Antonio e Davi Luis, de seis anos, Eliana diz que é na família que recebe apoio para seguir com as suas realizações pessoais e novas descobertas.
– Confesso que é tudo muito novo, a “profe” agora também é fotógrafa. Sinto uma gratidão imensa, mas é desafiador, tenho muito o que aprender. Meu esposo e filhos têm sido o alicerce e a maior motivação para estudar, acreditaram em mim, apoiaram sempre. Pensei em desistir muitas vezes, mas consigo conciliar, pois otimizo bem o tempo. Com a fotografia trabalho depois do horário das escolas. Conto com a ajuda do Tarcísio no contato com os clientes e nos ensaios, quando necessário. Tenho uma empregada para ajudar com as crianças. Meu colega e editor Anderson Lara cuida das edições, revelações, organização do estúdio, pedidos, e trabalha comigo nos eventos, estamos aprendendo juntos e com muito esforço e dedicação. Tudo tem um propósito em nossa vida, e como amo história, registrar momentos especiais (vivia na escola registrando tudo), a fotografia também ganhou o meu coração, assim como as salas de aula. Tive muito apoio neste começo, como da Dieniffer Dalmolin, a Cati Romitti, o Lucas Marcon, pessoas maravilhosas que encontrei pelo caminho, me ensinaram e me incentivaram a entrar para este mundo da arte de fotografar – destaca.
Realizada e feliz
Mesmo com a correria por conta das duas atividades que desempenha, Eliana diz agora estar realizada, certa das suas escolhas e muito feliz. “Sou a prova de que sempre podemos realizar sonhos, de se transformar, evoluir, sair da zona de conforto e tomar novas decisões em busca no que nos faz pessoas melhores e mais felizes. As mudanças pressupõem desafios e escolhas. Eu tenho muitos planos, de dedicar mais do meu tempo nesta nova profissão, muitos sonhos na área da fotografia. Na área da educação, nestes 25 anos, já aprendi muita coisa que levo na minha formação e para minha nova atividade. A fotografia não é um trabalho, é um momento especial, onde entro em outra sintonia para registrar o melhor momento de cada um, de criar, de fazer parte de uma história nova, e isso me realiza”, finaliza.