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Letícia Mendes Gonçalves
“Vivo no mundo rural desde que abri os olhos”
Para Letícia Mendes Gonçalves, desde os quatro anos de idade ela já sabia o que queria para o seu futuro, ou pelo menos imaginava
Por: Suseli Cristo
Publicado em: segunda, 31 de maio de 2021 às 08:49h
Atualizado em: segunda, 31 de maio de 2021 às 09:01h

Não importa a profissão que você escolher, para se ter sucesso são necessários dedicação e prazer em trabalhar ao que se propõe. Sem dúvidas, isso faz parte da vida de qualquer profissional, e com um toque especial a mais para aqueles que escolhem ser médicos-veterinários, pois uma das maiores motivações no momento de escolher a profissão é a ligação afetiva que se tem com os animais. 
Para Letícia Mendes Gonçalves, desde os quatro anos de idade ela já sabia o que queria para o seu futuro, ou pelo menos imaginava. “Segundo minha mãe, dona Elisabeth, aos quatro anos eu já dizia que queria ser ‘dotoia dos bichos’. Com minha origem na campanha gaúcha e filha de pais pecuaristas e carreiristas, nunca pensei em outra profissão. Desde a infância era parceira do meu pai nos afazeres da campanha, nas recorridas de campo, nas lidas com gado, nas esquilas das ovelhas, nas funções com os cavalos. Já na adolescência, quando havia qualquer tempinho disponível, acompanhava veterinários que vinham atender nossos animais. Durante a graduação fazia estágio extracurricular nas férias, sempre procurando mais prática para o que eu aprendia na vida acadêmica”, conta a médica-veterinária.

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Satisfação profissional
Letícia Mendes Gonçalves tem 41 anos, é formada pela UFSM de Santa Maria, com especialização em Clínica e Cirurgia de pequenos e grandes animais na UPF e Aperfeiçoamento em Bovinocultura de Leite na URI/FW. Natural de Santana do Livramento, há 15 anos mora em Frederico Westphalen, e além do amor pelos animais, ela também tem duas grandes paixões em casa, o filho Álvaro, de 10 anos, e a Bibiana, de oito anos.
– Trabalho com bovinocultura de leite e corte, e equinos desde que me formei, mas já trabalhei com suinocultura e tive um petshop por seis anos. Atualmente, atuo como médica-veterinária na Prefeitura de Vista Alegre. Conclui minha graduação em 2004, aí meu primeiro emprego, em 2005, foi como professora-substituta no antigo Cafw, nas disciplinas de bovinocultura e bem-estar animal. Em 2019, nesta área de docência, ministrei a disciplina de clínica de ruminantes na UCEFF, em Itapiranga (SC). Vivo no mundo rural desde que abri os olhos, então essa paixão foi à primeira vista, e o amor pelos grandes animais foi pelo convívio desde sempre. Como sempre digo e repito, para mim não existe cena mais linda que uma vaca lambendo sua cria. Talvez por isso mesmo faço tantos partos em vacas onde trabalho. Poder estar sempre pronta e atenta a dar uma ‘mãozinha’ para a natureza me satisfaz profissionalmente – frisa Letícia. 

Um amor genético
Com dois filhos ainda pequenos e muita coisa para aprenderem até que decidam qual profissão seguir, Letícia diz que eles sempre que podem a acompanham nos trabalhos e percebe que têm o mesmo sentimento dela pelos animais.
– Embora, atualmente, moremos na zona urbana, o Álvaro e a Bibiana sempre que podem estão junto comigo enquanto trabalho, pela própria vontade deles. Posso dizer que até já sabem me auxiliar em algumas situações. Acredito que esse amor é genético. Os dois já laçam a cavalo nos rodeios, laçam as vacas para que eu possa examinar/medicar. Quando fazem os trabalhos escolares, sempre dão um jeitinho de levar tudo para o lado rural, chamando a atenção até das professoras. Fico extremamente feliz, enquanto mãe, de saber que eles têm essa admiração pela minha profissão. Com o tempo eles poderão decidir qual carreira seguir, ainda faltam alguns anos, mas seja qual for a decisão, eu estarei apoiando-os – destaca Letícia. 
E por falar em futuro, a médica-veterinária carrega consigo alguns sonhos que gostaria muito de realizar ao lado dos filhos. “Seria um projeto profissional, mas pessoal também. Tenho o desejo de voltar a morar na campanha gaúcha e trabalhar com os meus próprios animais. Seria o complemento do amor ao que sei fazer há 17 anos, desde que me formei”, finaliza.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai