Delegado de Jaboticaba, Gustavo Fleury finalizou, nesta sexta-feira, 28, o inquérito que apurou os fatos ocorridos no tiroteio ocorrido em um restaurante do município, no dia 16 deste mês, quando José Antonio Rocha Monteiro e Fabiano Ribeiro de Menezes foram mortos a tiros. Para a Polícia Civil, o atirador, Marcos de Moraes Antunes, e seu amigo, Rudinei Teles da Silva – vulgo Boca – cometeram duplo homicídio triplamente qualificado.
Segundo a PC, Boca e Monteiro tinham uma desavença antiga, gerada ainda durante as eleições municipais de 2020, ocasião na qual eles se colocaram em lados opostos no pleito ocorrido em Boa Vista das Missões. “Essa desavença pré-existente, somada a uma nova discussão política ocorrida durante a tarde [do dia 16] na parte externa do bar entre Rudinei Teles [Boca] e José Antonio Monteiro, ensejou a busca por uma arma de fogo visando à prática do homicídio”, escreveu Fleury.
É nesse momento que Marcos Antunes entra na história. Amigo de Boca, ele é atirador esportivo e possui registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC), junto ao Exército. De acordo com o delegado, a arma usada no crime pertence a Boca, que a entregou para Antunes efetuar a execução do desafeto do amigo.
Dupla sabia da presença do policial civil
Como mostram as imagens de câmeras de segurança, Antunes e Monteiro chegam juntos ao restaurante e, segundo a PC, já sabendo da presença do policial civil Fabiano Menezes. Assim que Antunes mata Monteiro, o comissário Menezes tenta efetuar a prisão do atirador, mas acaba sendo atrapalhado por um homem e é morto por Antunes. Para a polícia, o homem em questão é Boca.
– Rudinei Teles [Boca] se posta próximo ao policial e observa a prática do primeiro homicídio contra José Antônio Monteiro. Em seguida, atua decisivamente no homicídio do comissário de polícia Fabiano de Menezes, dificultando a ação do agente policial, contribuindo de forma relevante para a sua morte – descreve o delegado.
A situação dos indiciados
Além de serem indiciados por dois homicídios triplamente qualificados, Antunes e Boca também foram acusados de porte ilegal de arma de fogo equiparada à de uso restrito. Atualmente, Antunes segue preso preventivamente, enquanto Boca continua foragido. Em razão disso, a polícia pediu a conversão da prisão temporária dele em preventiva. Na coleta dos depoimentos, Antunes preferiu não se pronunciar. O caso foi remetido para o Ministério Público.