Um amor inexplicável. Assim é que Cléria Maria Kojoroski define a sua relação com a música, a qual ela tem contato desde criança e foi dos exemplos de casa que essa paixão pelo só cresceu com o passar dos anos e ela fez a sua profissão.
– Sou a filha mais nova de uma família de 10 irmãos, a minha mãe tem 86 anos e toca gaita até hoje. Meus irmãos também tocam por lazer, então todos os encontros familiares sempre tinham gente tocando e ainda têm. Naquele tempo, eu observava e absorvia as sonoridades e as vozes que o mundo me oferecia. Na casa de meus pais sempre teve instrumentos musicais e eu ‘brincava’ com eles, aprendia algumas notas e ritmos olhando os familiares tocando. Com 10 anos, meus pais me proporcionaram acesso a um curso de violão, aí a paixão tomou conta de mim – relembra Cléria.
As oportunidades
Com o desejo de cada vez mais aperfeiçoar o seu dom e mostrar o seu talento, Cléria conta que naquela época, assim que iniciou o curso de violão, logo começou a se apresentar com a escola na qual fazia aula e soube aproveitar cada momento que lhe foi oferecido. “As oportunidades foram surgindo, sempre tive, e ainda tenho, sede de saber. Toquei no CTG como vocalista e instrumentista das invernadas artísticas da minha cidade, São Miguel do Oeste (SC), comecei a fazer violão clássico em Chapecó, teoria musical em solfejo também na minha terra natal, e ministrava aulas de violão popular em projetos nas escolas e na minha casa. Nessa minha caminhada conheci muitas pessoas da área musical, mostrei o meu trabalho e comecei a trabalhar com violão popular no Conservatório, no qual estudei e me formei. Minha querida mãe é viva e muito lúcida, até hoje todos os encontros familiares são sempre regados à música, de todos os estilos e épocas, portanto, sigo aprendendo com grandes mestres”, frisa Cléria.
Compartilhando talento
Formada em Teoria Musical e Solfejo pelo Conservatório Artístico e Musical Apolo, de São Miguel do Oeste (SC), com oito anos de Violão Clássico e três anos de técnica vocal, Cléria hoje é uma professora reconhecida no meio musical e, em Frederico Westphalen, de uma forma especial, pois foi no município frederiquense que há 21 anos ela chegou para compartilhar o seu talento e formar tantos outros.
– Trabalho aqui há 21 anos, então me considero frederiquense, pois quando vim fui muito bem recebida, mostrei o meu trabalho, fui acolhida com muito carinho e aqui estou. Comecei a dar aulas com 18 anos, no Conservatório onde estudava e ministrava aulas de violão popular, então são 30 anos de profissão, o número certo de alunos que já se formou comigo é grande, não sei dizer exato. Hoje, além de ministrar aulas na escola Toque Cultural, também toco em eventos. O meu repertório é voltado para o MPB, mas sempre que sou contratada procuro saber qual é o público, sempre preparo um repertório voltado para os convidados. Precisa fazer tudo com amor, não faz sentido cantar e tocar se não for com a alma – acrescenta.
Entre acordes e melodias
E neste compartilhar de saber, Cléria conta que ultimamente também está compondo muitas melodias, e isso tem ganhado o seu coração de uma forma especial. “Como trabalho com música o dia inteiro e com pessoas de todas as idades, as letras e as melodias ‘criam asas’. Ultimamente, estou compondo muitas melodias e letras para trabalhar com musicalização infantil. Há alguns anos, foi feito um concurso da letra do hino de FW e fui a responsável pela criação da melodia e gravação do mesmo, que tem a participação da cantora Érika Gomes Duarte. Esse é algum dos bons momentos que vivenciei até aqui por ter escolhido seguir no meio musical. Hoje, o meu maior foco é a escola de música, pois trabalho com alunos de todas as idades, e nesse ano estamos com novidades, que é a musicalização dirigida. Sem dúvidas, quando me perguntam sobre o meu maior sonho, sou categórica em dizer que é poder oferecer acesso à música para as todas as pessoas, pois ela tem o poder de transformar. É nisso que acredito”, finaliza.