Combater carrapato (Rhipicephalus microplus) sem o uso de produtos químicos. Essa alternativa ecológica está à mostra no Espaço Bovinocultura de Leite, que a Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), apresenta na Expodireto Cotrijal (7 a 11 de março), em Não-Me-Toque. A alternativa dispensa o uso de químicos. O objetivo é separar naturalmente o carrapato do boi (hospedeiro). O sucesso depende do manejo. A área de pastagem deve ser dividida, de tal modo que os animais retornem ao primeiro piquete depois de um mês, período necessário para que as larvas do carrapato, depositadas pela fêmea na pastagem, morram por não encontrar seu hospedeiro. “A ideia é quebrar o ciclo do carrapato na perspectiva do manejo das pastagens”, explicou o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Vilmar Wruch Leitzke.
Pequeno, porém capaz de causar um gigantesco prejuízo na produção de leite, carne e couro, o carrapato se alimenta do sangue da vítima, acarretando no animal infestado uma perda de peso aproximada de 1,18 g/carrapato/dia, levando a 430,7 g/carrapato/ano. Além disso, o carrapato é um dos transmissores da tristeza parasitária bovina, causa de morte em rebanhos.
Ciclo de vida do carrapato
A larva presente na pastagem encontra o gado. Ao se alimentar do sangue do animal, vira ninfa e, depois, adulto. Quando está cheia de sangue, a fêmea se desprende e cai no solo, onde deposita cerca de três mil ovos, que irão eclodir e virar larvas. A larva é extremamente ativa e migra para a extremidade das folhas da pastagem, onde permanece à espera do gado. Em contato com os bovinos, a larva procura regiões do corpo mais favoráveis, como a parte posterior das coxas, regiões perineal, perianal e perivulvar e a parte interna das orelhas.
A fêmea parasita o bovino por cerca de 21 dias, contudo o macho permanece no bovino, sobrevivendo por um período de tempo até duas vezes maior do que o da fêmea.
Outros temas
Outros quatro temas serão abordados no Espaço da Bovinocultura de Leite. O bem-estar do ordenhador será ilustrado por manequins de estatura alta, média e baixa. “Nesses manequins vamos sinalizar onde ocorrem os maiores esforços físicos no corpo humano, quando a sala de ordenha estiver mal dimensionada, se é na coluna, joelho, ombro, cintura ou na clavícula”, disse Leitzke.
Para ilustrar o tema do conforto térmico aos animais, a Emater/RS-Ascar usará dois termohigrógrafos (o equipamento mede com alta precisão a temperatura e a umidade relativa do ar). Um termohigrógrafo ficará no sol e outro, na sombra. Com base em planilhas predeterminadas, o objetivo é mostrar em que medida o sol e o calor têm impacto na queda de produção de leite por hora.
Uma das gramíneas mais difundidas no mundo, o Tifton, será apresentada em forma de pasto verde, feno e pré-secado (planta que perdeu água por ter ficado exposta ao sol). Desenvolvida na cidade de Tifton, nos Estados Unidos, esta grama perene, resistente a secas e geadas, estará presente no espaço dedicado à produção de leite para mostrar seu lado versátil.
A água e a rega artificial (irrigação), essenciais para a sobrevivência das pastagens, é outro tema presente no Espaço Bovinocultura de Leite da Emater/RS-Ascar na Expodireto, que acontece até esta sexta-feira, 11.