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HPR de Palmeira das Missões
TCE e prefeitura emitem notas após possibilidade de paralisação das obras
Órgãos públicos detalham que atrasos na construção têm impedido liberação de valores. Empresa alegou falta de recursos para seguir os trabalhos
Por: Adriano Dal Chiavon
Publicado em: sábado, 22 de maio de 2021 às 15:00h
Atualizado em: sexta, 21 de maio de 2021 às 16:52h

Nesta semana, a empresa responsável pelas obras no Hospital Público Regional (HPR) de Palmeira das Missões, a Sial Engenharia, ameaçou paralisar a sequência da construção, alegando falta de repasse de valores para seguir com os trabalhos. Devido a isso, a prefeitura palmeirense e o Tribunal de Contas do Estado (TCE), da regional de Frederico Westphalen, emitiram notas de esclarecimento a respeito do repasse de valores e demais definições contratuais.

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De acordo com o coordenador-regional do TCE, Gerson Luís Batistella, a alegação de falta de recursos, por parte da empresa, para paralisar a obra, não se justifica, ante ao percentual de execução da construção. “A obra deveria ser concluída no mês de maio de 2021, entretanto, cerca de 50% apenas foi realizada até o presente momento por parte da empresa contratada, descumprindo previsão contratual. Os pagamentos devidos à empresa são realizados na medida que ocorrem as medições realizadas por parte do município e de empresa contratada para a realização dessas medições. Ressalta-se que o poder público não pode antecipar valores por obras não executadas”, explica Batistella.

O integrante da regional de FW do TCE também detalha que a cada ano é possível realizar reajustes no contrato, um dos pontos principais de cobrança pela Sial Engenharia. “O contrato possui previsão de reajuste anual de valores sobre o saldo devedor, sempre no mês de janeiro, ou seja, a cada 12 meses contados da data da licitação realizada. Em função de previsão contratual, o valor a ser corrigido, em relação ao contrato inicial, a título de reajuste/correção, até o presente momento (janeiro de 2020 a janeiro de 2021), gira em torno de R$ 10,7 milhões, o que representaria um contrato global ao final de cerca de R$ 125,7 milhões”, expõe o coordenador.

Atrasos na obra são verificados desde 2019

Seguindo a mesma linha de justificativa da regional do TCE, a nota emitida pela Prefeitura de Palmeira das Missões reforça o atraso nas obras. “Cabe ressaltar, que pode meio dos boletins de medição, o percentual medido acumulado vem sofrendo atrasos desde julho de 2019 e esses atrasos vem se acentuando. Hoje o HPR possui 42,32% de sua obra conclusa (até a medição do período de 22/03/2021 a 21/04/2021). Ou seja, temos um atraso de 57,68% até essa data. Ressalta-se que a Prefeitura de Palmeira das Missões está com todos os pagamentos em dia e sempre atuou para que não houvesse atrasos nos recebimentos por parte da empresa responsável pela obra”, afirma o Executivo palmeirense.

A Prefeitura de Palmeira das Missões ainda destaca que busca junto aos órgãos públicos a liberação de mais valores para garantir a sequência das obras. “Quanto ao pagamento dos equipamentos instalados, recebemos hoje (19 de maio), um ofício nos orientando para os desbloqueios de recursos e/ou liberação de glosas de medições. Como se vê, o cronograma aprovado é a base para os pagamentos com as demais orientações constantes no referido ofício. A empresa contratada apresentou cronograma físico-financeiro para os próximos 14 meses e essa é a base para futuros pagamentos dos equipamentos. As tratativas resultaram positivas para esta solicitação. Portanto, o cronograma, que pode ser ajustado pela construtora, é a base para os pagamentos”, esclarece a prefeitura palmeirense.

Nesse sentido, Gerson Luís Batistella finaliza destacando as diversas orientações já repassadas à prefeitura, no sentido de busca de valores e cumprimento de contratos, bem como acompanhamento das obras. “O TCE tem orientado a administração municipal na busca por soluções financeiras junto ao Ministério da Saúde ou junto ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul para o pagamento das correções contratuais quando da efetiva realização das obras (em torno de R$ 10,7 milhões), haja vista que, conforme contrato firmado com o Ministério da Saúde, as correções contratuais são de responsabilidade do município de Palmeira das Missões mediante recursos próprios”, cita o coordenador, relembrando uma das orientações encaminhadas ao Executivo palmeirense pela regional de FW do TCE.

Nesta semana, conforme o Executivo de Palmeira das Missões, 94 trabalhadores foram contabilizados no canteiro de obras do HPR, número considerado inferior à demanda de trabalho para cumprimento dos prazos. “Estamos notificando a empresa sobre esta situação. Por outro lado, não recebemos nenhum posicionamento oficial da empresa quanto à descontinuidade das obras. Temos um contrato em vigor e um aditivo de prazo assinado com cronograma de execução”, finaliza a prefeitura palmeirense.

Fonte: O Alto Uruguai