Os desafios da educação sempre permearam as instituições de ensino, o que foi agravado ainda mais nestes quase dois anos de uma pandemia que mexeu com rotinas e trouxe incertezas. O momento pediu reinvenção, adaptação e determinação de muitos profissionais da educação, e como ontem, 12, foi comemorado o Dia do Diretor Escolar, um profissional que sempre foi muito importante para o andamento das escolas, especialmente agora neste “novo normal” que estamos vivendo, destacamos um pouco da história da frederiquense Luiza Terezinha Bulegon Michelotti, uma jovem de 25 anos, que desde os 20 anos é diretora da Escola Municipal de Educação Infantil Sofia Pich, de Frederico Westphalen, e assim como muitas professoras respondeu à altura do que é esperado daqueles que abraçam a docência como profissão.
– Foram e são muitos os desafios, mas não me vejo em outra profissão que não seja essa. Ser educadora é um sentimento inexplicável, passamos por momentos difíceis e cansativos, mas você receber um abraço de uma criança, uma simples palavra como ‘prof., eu te amo’, não há nada que pague para quem realmente ama essa profissão – destaca Luiza, que é formada no Curso Normal pelo Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, tem ensino superior em Pedagogia (URI/FW) e especialização em Educação Interdisciplinar, com ênfase em Educação Especial.
Uma missão nobre
Logo que passou no vestibular para cursar Pedagogia, Luiza iniciou sua trajetória profissional na área da educação, trabalhando como monitora em sala de aula. Em 2015, assumiu sua primeira turma como oficialmente professora, por meio de um processo seletivo. Quando o contrato foi encerrado, em 2016, assumiu como bolsista de Pesquisa e Iniciação Científica pela universidade e, em fevereiro de 2017, foi convidada a ser diretora da Escola Sofia Pich, onde permanece até hoje.
– O primeiro ano como diretora foi desafiador, pois era algo totalmente novo, mas aos poucos e com ajuda das colegas fui me adaptando. Acredito que sendo uma das diretoras mais jovens da nossa cidade, estar neste cargo é um orgulho, pois a direção é o oposto de uma sala de aula, você é responsável por toda a escola, por todos os alunos, precisa estar a par de tudo o que acontece dentro da instituição de ensino, você responde por todos os processos. Ser diretora é uma missão muito nobre, você precisa se descobrir, aprender a lidar com seus próprios sentimentos, ter pulso firme quando necessário e ter o lado humano para entender as demais pessoas. E para isso, a idade não importa, o que importa é a força de vontade de fazer a diferença – frisa a diretora.
Sonho de criança
Desde pequena, a brincadeira preferida de Luiza era reunir os amigos para dar aulas. Mesmo sem saber, aquelas aulinhas na garagem já a direcionam ao seu futuro, o que ela recorda emocionada, tendo a certeza de que não poderia estar ocupando outro lugar a não ser as salas de aula.
– Lembro-me como se fosse hoje, eu chamava todos os vizinhos para dar aulas na garagem da minha casa, onde eu fazia a parede como o quadro escolar. Todo fim de tarde os vizinhos já sabiam que teríamos aulinha na garagem. Sempre fui muito incentivada a estudar pelos meus pais, Laudir e Elenice, que foram essenciais para a minha formação como pessoa e profissional, assim como o apoio que recebo do meu noivo Caio Duarte e de todos aqueles que amo. Sem dúvidas, cada um tem um papel importante na minha trajetória – acrescenta a educadora.
Trabalhando diariamente na realização dos seus projetos, Luiza também sonha em ver a educação como prioridade na vida das pessoas, com oportunidades para todos, e afirma que sempre dará o seu melhor para contribuir neste processo. “O amor a minha profissão vai além da sala de aula, então é meu dever como educadora defender a educação. Sou realizada como professora, as crianças despertam os melhores sentimentos que você pode imaginar, tanto é que um dos meus projetos pessoais é aumentar a família, quero muito ser mãe. Além disso, quero me especializar ainda mais na minha área, fazer outra faculdade, continuar trabalhando com as minhas artes em e.v.a e fazer tudo o que me deixa feliz. Temos que ir em busca da nossa melhor versão, sempre!”, finaliza Luiza.